CHAMADO INTERCESSÓRIO

CONCEITO

INTRODUÇÃO

Este Material de Intercessão veio para suprir suas necessidades de conhecimento espiritual, dirimindo dúvidas e trazendo a uniformidade no exercício da atividade de intercessão apostólica. Tal formação se torna importantíssima, na medida que significa transferência de visão, maturidade e responsabilidade nos negócios espirituais, unidade apostólica para frutificar cada vez mais nos propósitos que Deus tem nos confiado!

 

I – BASE DA PALAVRA DE DEUS PARA A INTERCESSÃO:

 

I Tm 2:1    “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens”.

 

O grande objetivo, além da capacitação e conhecimento espiritual necessário para a realização do ministério, é que cada intercessor seja exercitado na oração.

 

 

II – Visão Renascer em Cristo para com o Ministério de Intercessão

 

Surgiu a partir do sentimento do apóstolo Estevam Hernandes para com as vidas que estavam sendo destruídas pelo inimigo e poucos eram os que se importavam com elas, por serem consideradas fora da sociedade.

 

A partir de experiências pessoais, quando nas maiores dificuldades não sobraram amigos para ajudar, a ponto de visualizarem a morte como único escape, viveu à intercessão do próprio Deus, enviando um servo seu do Rio de Janeiro com uma palavra que traria vida e começaria toda a transformação e obra que conhecemos hoje.

Deus tem poder para restaurar e livrar da morte, mas é necessário que alguém esteja disposto e preparado para atender ao Seu chamado.

 

Existem muitas pessoas que continuam sendo roubadas pelo inimigo e poderiam estar na Casa do Senhor gerando frutos e bênçãos na sua própria vida e também na vida de muitos que não têm para onde correr. Essas vidas podem e serão alcançadas para a glória de Deus, e isto, através de intercessores habilitados, preparados para enfrentar toda e qualquer oposição do inimigo.

 

A Igreja Renascer em Cristo continua crescendo e é necessário que a visão não se dilua, mas que todos possam manter este sentimento de compaixão e amor pelas vidas, dentro de um só plano de trabalho. 

 

III – INTERCESSÃO

O apóstolo Paulo declarou que interceder é uma prática que deve ocupar o primeiro lugar em importância na vida da igreja. Ele falou: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens” (1 Timóteo 2:1).

 

Não há registro de Jesus ter ensinado os seus discípulos a pregar, a adorar… mas ensinou-os a orar.

 

Há pelo menos três pontos básicos sobre Intercessão, que importa conhecermos bem, a fim de praticarmos com êxito este ministério.

 

 

…o primeiro ponto básico sobre o tema “Intercessão”, é este:

 

 

O QUE É INTERCESSÃO?

 

Interceder significa literalmente “mediar”, significa fazer mediação.

Interceder é você se colocar no lugar do outro e pleitear, defender, a causa dele.

 

O intercessor levanta as mãos para Deus e diz: “Senhor, eu me coloco diante do Senhor para lutar em favor de Fulano. Eu apresento a minha vida, a minha fé, a minha insistência como um argumento para que o Senhor abençoe a ele”.

 

Portanto, o intercessor é alguém que, com humildade, mas com ousadia, “compra briga com Deus”, por assim dizer, em favor de seu semelhante.

 

 

  …o segundo ponto básico que importa conhecer bem é:

 

 

A NECESSIDADE DE INTERCESSORES

 

É necessário haver intercessores pelo fato de Deus, Santo como é, punir o pecado.

Deus é bom, mas Ele é também Santo e Justo… então, quando o homem peca, Deus o reprova.

 

A santidade de Deus O leva a punir o pecado, por outro lado, o Amor de Deus O leva a abençoar o pecador com misericórdia.

 

Sl 89.14  “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.

 

E aí é que entra a necessidade do intercessor… a necessidade de alguém que se apresente diante do Senhor para fazer com que venha mais graça do que juízo sobre o que pecou.

 

Tg 2.13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo

 

A mão de Deus pesa sobre o pecador, mas ela pode também ser estendida para abençoar o pecador… Portanto, o ministério do Intercessor é precisamente fazer isto: que a mão de Deus venha sobre o pecador para abençoá-lo.

 

Se não houver o intercessor, então o que ocorre é que o pecador fica só e debaixo do juízo de Deus.

 

 

…o terceiro ponto básico sobre Intercessão, que importa conhecermos bem, a fim de praticarmos este ministério, é que:

 

 

DEUS PROCURA INTERCESSORES

 

Os intercessores são, muitas vezes, tudo o que Deus precisa para ser movido a abençoar uma pessoa.

 

Deus é Amor, mas ao mesmo tempo é Santo e Justo… Por isso, tem que punir o pecado, tem que condenar o pecado… mas, ainda assim, Deus espera para ter misericórdia.

 

Vamos ler Ez 22.23-31 a fim de conhecermos o que se passa no coração de Deus: “De novo a palavra do SENHOR veio a mim. Disse ele: 24 “Filho do homem, diga a esta terra: Você é uma terra que não tem tido chuva nem aguaceiros no dia da ira. 25 Há nela uma conspiração de seus príncipes como um leão que ruge ao despedaçar sua presa; devoram pessoas, apanham tesouros e objetos preciosos e fazem muitas viúvas. 26 Seus sacerdotes cometem violência contra a minha lei e profanam minhas ofertas sagradas; não fazem distinção entre o sagrado e o comum; ensinam que não existe nenhuma diferença entre o puro e o impuro; e fecham os olhos quanto à guarda dos meus sábados, de maneira que sou desonrado no meio deles. 27 Seus oficiais são como lobos que despedaçam suas presas; derramam sangue e matam gente para obter ganhos injustos. 28 Seus profetas disfarçam esses feitos enganando o povo com visões falsas e adivinhações mentirosas. Dizem: ‘Assim diz o Soberano, o SENHOR’, quando o SENHOR não falou. 29 O povo da terra pratica extorsão e comete roubos; oprime os pobres e os necessitados e maltrata os estrangeiros, negando-lhes justiça. 30 “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum. 31 Por isso derramarei a minha ira sobre eles e os consumirei com o meu grande furor; sofrerão as conseqüências de tudo o que fizeram. Palavra do Soberano, o SENHOR”.

 

Nesta passagem, Deus fala sobre o pecado que havia dominado todos os níveis da nação… os profetas, os príncipes, os sacerdotes, e por fim, todo o povo haviam se corrompido.

 

Então, nos v.30-31, Deus desabafa: “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum. 31 Por isso derramarei a minha ira sobre eles e os consumirei com o meu grande furor; sofrerão as conseqüências de tudo o que fizeram. Palavra do Soberano, o SENHOR”.

 

Que declaração chocante! Deus buscou um (apenas um!) homem que intercedesse por aquela gente… como não encontrou, Ele teve que descarregar Seu juízo sobre o povo.

 

Outra passagem muito forte é Is 59.12-16: “12 Sim, pois são muitas as nossas transgressões diante de ti, e os nossos pecados testemunham contra nós. As nossas transgressões estão sempre conosco, e reconhecemos as nossas iniqüidades: 13 rebelar-nos contra o Senhor e traí-lo, deixar de seguir o nosso Deus, fomentar a opressão e a revolta, proferir as mentiras que os nossos corações conceberam. 14 Assim a justiça retrocede, e a retidão fica à distância, pois a verdade caiu na praça e a honestidade não consegue entrar. 15 Não se acha a verdade em parte alguma, e quem evita o mal é vítima de saque. Olhou o Senhor e indignou-se com a falta de justiça. 16 Ele viu que não havia ninguém, admirou-se porque ninguém intercedeu; então o seu braço lhe trouxe livramento e a sua justiça deu-lhe apoio”.

 

Esse texto revela que o errado era tratado como sendo o correto naqueles dias (e a coisa não mudou muito…), e termina descrevendo a reação de Deus, no v.16: “Ele viu que não havia ninguém, admirou-se porque ninguém intercedeu”.

 

Estas duas passagens (Ez 22 e Is 59) nos mostram com clareza, como Deus precisa de intercessores para abençoar vidas, e como é frustrante para Ele, em muitas ocasiões, quando os intercessores não são encontrados.

 

IV – O chamado ministerial para o Intercessor

Is 6.1-12  “NO ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos. Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado. Então disse eu: Até quando Senhor? E respondeu: Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada. E o SENHOR afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo. 

 

O profeta Isaías, teria vivido entre 740 a.C. e 681 a.C., durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, sendo contemporâneo à destruição de Samaria pela Assíria e à resistência de Jerusalém ao cerco das tropas de Senaqueribe que sitiou a cidade com um exército de 185 mil assírios em 701 a.C.

 

Isaías, cujo nome significa Iavé salva ou Iavé é salvalção exerceu o seu ministério no reino de Judá, tendo se casado com uma esposa conhecida como a profetisa que foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz.

 

1 – A consciência do seu chamado

Segundo o que fomos ministrados pelo apóstolo Estevam, Isaias estava preso a homens (rei Uzias) e somente depois da morte do rei Uzias é que ele se abriu para permitir que se manifestasse o chamado de Deus na vida dele.

 

Is. 6:1  “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo”

 

Que visão gloriosa, o Deus dos céus tocando a terra. O profeta via o Senhor assentado no seu trono, posicionado como Senhor absoluto, conforme o mesmo profeta descreve ainda no capitulo 57:15. Entretanto, suas vestes tocavam o templo. A grandeza do Senhor alcançando a terra! 

 

Esta visão foi marcada com um acontecimento: o ano da morte do rei Uzias. Este rei levou Israel a viver uma época de ouro; ele foi um conquistador, um estrategista. Pela primeira vez desde o reinado de Salomão, o poder nacional se estendera até os limites da Terra Prometida.

 

Entre suas conquistas estava a vitória contra três inimigos importantes, os filisteus, os arabios e contra os meunitas, que nos faz lembrar o mundo, a carne e o diabo que também temos que vencer.

 

Podemos dizer que Israel viveu uma era vitoriana no reinado de Uzias. 

 

Em II Cr. 26:16 vemos esse mesmo rei empreendedor entrar em decadência motivado pelo orgulho. Ele quis assumir um lugar que não era da sua competência. Ele tomou o lugar de sacerdote. O resultado, foi a lepra dominando todo o seu corpo. 

 

Tem inicio, então, um tempo de angustia e expectativa para a nação. Ter um rei que não pode reinar. Ter o filho do rei assumindo o seu lugar, e ao mesmo tempo confuso, porque seu pai ainda vivia. Isto levou a nação ao desequilíbrio emocional depois de uma era de gloriosas conquistas. Essa era foi substituída pela vergonha e desgraça. Foi quando essa era passou que o profeta teve a visão do Rei eterno no seu trono. 

 

Às vezes, passamos por momentos como estes que a nação de Israel passou. Tempo de confusão e de vergonha, tempo de indecisão e angustia. Tempo em que vivemos confinados por lepras espirituais que tiram a sensibilidade da presença do Senhor em sua grandeza e majestade. 

 

Então o Espírito Santo vem em nosso socorro e revela-nos o que precisa ser feito: deixar morrer o “rei Uzias” que há em nós. Deixar morrer a soberba, a prepotência a resistência à autoridade. Deixar morrer a indignação, o isolamento. 

 

O rei Uzias não se havia separado totalmente do pecado e para o Senhor, e por isto Deus o separou dos seus amigos, da sua família, do seu trono e do templo de Deus em Jerusalém. 

Não queremos ter os nossos dias contados como do rei Uzias; por isso, o pecado não terá domínio sobre nós, viveremos em família sim, pois A família é bendita do Senhor, vamos continuar na posição de reis, pois o Senhor nos chamou para reinar sobre a terra. Estaremos sempre na casa do Senhor, pois vale mais um dia nos seus átrios, do que em outra parte mil. 

 

Queremos ver o Senhor no seu trono, queremos que seu vestido nos toque, queremos ser envolvidos com a sua gloria. 

 

Temos o lugar para fazer morrer o “Uzias” que tem nos impedidos de ver a gloria do Senhor, como Paulo escreveu;  “…estou crucificado com Cristo….não sou mais eu, é Cristo que agora vive em mim.

 

E é neste contexto de tristeza e desânimo, Isaías entra no templo e tem uma nova percepção do seu chamado.

 

Para executar o chamado com eficiência precisamos perceber:


a. O CARÁTER DE DEUS:

 

DEUS É SOBERANO: “Eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (v. 1). Isaías, em sua visão, viu Deus como um Monarca Soberano que tem o direito sobre tudo e sobre todos. A soberania de Deus é ilimitada, ele tem o controle de tudo, nada foge das suas mãos.

Devemos perceber que Deus tem todo direito e nós temos apenas o dever de obedecer.

DEUS É DIGNO DE REVERÊNCIA: “Serafins estavam por cima dela, cada um tinha seis asas: Com duas cobria o rosto, com duas cobria os pés e com duas voava” (V.2). A atitude dos Serafins mostra o respeito que eles tinha para com Deus.

Devemos honrar a Deus.

 

DEUS É SANTO: “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é O SENHOR dos Exércitos, toda a terra está cheia da sua glória” (V.3). Deus é 100% Santo, ele é totalmente justo, não há nenhuma possibilidade dele errar. Ele abomina o pecado.

 

b. A NATUREZA HUMANA:

 

É PECADORA: “Então disse eu: Ai de mim! Estou perdido! Por sou homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, O Senhor dos Exércitos!” (V.5).

 

À medida que Isaías ia conhecendo o caráter de Deus, mais percebia a sua natureza pecadora que o incapacitava de proclamar para um povo também pecador. Ele e povo tinham pecado e careciam da glória de Deus, eles precisavam de perdão de Deus.

 

PRECISA DE PERDÃO: “Então um Serafim voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou os meus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado”. (Vs. 6-7).

 

Isaías precisava do perdão de Deus para executar a sua missão de profeta. Ele precisa perceber o caráter de Deus em toda sua grandeza para que a sua natureza pecaminosa pudesse ficar em evidência.

 

Somente, depois que Isaías percebeu o perdão divino, pode responder o chamado de Deus: “Depois disto ouvi a voz do SENHOR que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim” (V.8). 

 

Para executar o nosso chamado com eficiência precisamos: reconhecer o caráter de Deus, saber que somos pecadores, ter a certeza do perdão de Deus e falar para Deus: “Eis-me aqui”.

 

Todo chamado ministerial é fruto de uma escolha que vem de Deus.

 

Jo 15: 16 “Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo conceda”

 

Quando você começou a caminhar com o Senhor, quando sentiu o desejo de se engajar ministerialmente, quando foi despertado para a realidade espiritual de que estava sendo chamado para algo mais na igreja, pois bem, quando tudo isso saltou às suas vistas, é porque Deus já o havia escolhido.

 

A escolha de Deus não está absolutamente baseada em qualquer tipo de mérito humano, pois Davi disse:

 

Sl 139: 16 “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles ainda havia” 

 

Quando Deus persuade a Jeremias para que pare de enxergar suas próprias limitações e passe a perceber o poderoso chamado profético de Deus em sua vida, nessa ocasião o Senhor lhe afirma:

 

Jr 1: 5  “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” 

 

Lembrando que Jeremias era filho de sacerdote, assim como a grande maioria dos profetas do Antigo Testamento e, portanto, consagrados desde o ventre por seus pais, o que abria caminho e os habilitava para que Deus os chamasse.

 

Há muitos outros textos como estes na Palavra de Deus, os quais deixam claro o fato de que foi Deus quem nos chamou.

 

Firmada então essa verdade espiritual, entendemos o seguinte: Deus não baseou seu chamado em critérios humanos, mesmo porque, quais critérios poderia haver de diferenciação entre uma criança ou outra? 

 

Assim também, entre nós, que fomos chamados pelo Senhor, o que nos diferenciava de outras pessoas, em termos humanos, quando ainda andávamos sem Cristo? Absolutamente nada, a não ser algo que Deus, em sua pré-ciência, enxergou e que não se explica em termos humanos, simplesmente se aceita ou não. E quando aceitamos, somos, então, eleitos para vivermos tudo aquilo que Ele tem.

 

Não há absolutamente nenhuma passagem bíblica na qual Deus pede a opinião do homem quando o chama. É fácil entendermos o por que: Quando ainda não conhecíamos a Cristo, nossa vontade, assim como todos os nossos referenciais estavam completamente distorcidos e deformados sob o ponto de vista espiritual e, certamente, se Deus nos apresentasse o seu plano nessa hora, diríamos um categórico “NÃO!”.

 

 

É por isso que Ele nunca pergunta, mas sim, simplesmente nos chama e, se aceitarmos esse chamado, aí então somos escolhidos e o Senhor nos elege, capacita e “põe em nós tanto o querer quanto o realizar” Fp 2: 13

 

Ao fazer uma análise no chamado de Isaias (Is 6.1-13), encontramos outros relatos bíblicos paralelos:

 

 

  • Êxodo 3.1-11 (Moisés),
  • Juízes 6.1-18 (Gedeão),
  • Jeremias 1.4-10 (Jeremias)

 

 

É interessante perceber que o chamado de Isaías possui quatro momentos que coincidem com as narrativas acima mencionadas, a saber: 

 

a) Circunstância do chamado divino:

– do chamado de Moisés = o povo hebreu era escravo no Egito;

– do chamado de Gideão = luta pelo assentamento em Canaã;

– do chamado de Isaías = Guerra Siro-efraimita e morte de Uzias;

– do chamado de Jeremias = luta entre Egito e Babilônia pela posse de Canaã

 

b) O chamado divino tem por finalidade a missão:

– Moisés: libertar o povo hebreu da escravidão (Ex 3.8-10);

– Gedeão: libertar os hebreus das mãos dos midianitas (Jz 6.14);

– Isaías: resgatar, no rei Acaz e no povo de Judá, a fé em Deus (Is 7.9);

– Jeremias: derrubar o inútil e construir e plantar a vida plena (Jr 1.10).

 

c) O chamado provoca perplexidade e objeção.

– Moisés: “quem sou eu para ir… e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Ex 3.11);

– Gideão: “… a minha família é a mais pobre em Manasses” (Jz 6.15);

– Isaías: ” Sou um homem de lábios impuros…” (Is 6.5);

– Jeremias: “…não sei falar , porque não passo de uma criança” (Jr 1.6).

 

d) O chamado divino e a ocupação de cada um..

– Moisés: “apascentava o rebanho de Jetro” (Ex 3.1-6);

– Gideão: “… malhava o trigo no lagar…” (Jz 6.11);

– Isaías: meditava no Templo de Jerusalém (Is 6.1-2);

– Jeremias: envolvido em atividades fúteis (Jr 1.6).

 

Aprofundando a análise:

 

(1) A chamado divino, segundo a Bíblia, ocorre em um momento de grande crise e angústia do povo; 

 

(2) Deus não leva em consideração a condição social e econômica, nível de cultura, idade e pureza do/a vocacionado/a para exercer a missão profética; 

 

(3) A missão de uma pessoa vocacionada é destruir a maldade e a injustiça e construir a vida plena na sociedade humana.

 

O chamado de Isaías só acontece após

a visão (v. 1b-2),

a audição (v. 3),

a sua confissão de pecado (v. 5)

e a sua purificação (v. 6-7). 

 

Aprofundando a análise:

 

(1) O relato de Is 6.1-13 descarta a possibilidade do profeta estar dormindo e sonhando ou desfrutando momentos de êxtase. Isaías permanece plenamente consciente.

 

(2) O Templo e o culto são também lugares onde se dão o chamado divino; 

 

(3) O pecado de Isaías não impediu que Deus o chamasse para ser um profeta;

 

(4) A confissão de pecado e a purificação fazem parte da preparação para a missão do profeta.

 

E assim acontece com diversos outros servos de Deus, incluindo você e eu, os quais, sem que pudéssemos supor, já havíamos sido separados por Deus para sermos os continuadores das obras de Jesus Cristo e isso, de uma forma muito especial – como ministros de Deus. 

 

Como aceitamos esse chamado, usamos o nosso poder de escolha e dissemos “SIM” ao Senhor; por isso, somos escolhidos de Deus!

 

Você consegue entender esse privilégio?

 

 

V – As responsabilidades e privilégios inerentes ao chamado para ser um intercessor apostólico

 

Apesar da imensa responsabilidade, esse chamado, na verdade, é um grande privilégio, pois entre muitos, fomos chamados e escolhidos por Deus para um ministério santo, dentro de uma seleção soberana e amorosa por parte do Pai.

 

Em segundo lugar, esse chamado se torna uma eleição irrevogável e nos atribui responsabilidades e privilégios.

 

Rm 11: 29     “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” 

 

Todos nós sabemos que não há nada de extraordinário em realizarmos as nossas próprias tarefas e cumprirmos com nossas obrigações, pelo contrário, é comum ouvirmos a frase: “não fez mais do que a obrigação!”.

 

Deus, porém, enxerga essa questão com outros olhos: se cumprirmos aquilo que nos foi atribuído, simplesmente porque temos uma incumbência, estaremos, então, cumprindo nossas tarefas diante de Deus; se, porém, realizarmos a mesma obra com o coração aberto e grato, ainda seremos recompensados por Deus.

 

Além de tudo ainda há um galardão!

 

Recompensados pelo quê? Pelo maior privilégio da terra que é poder servir a Deus? Por estarmos na sua maravilhosa presença?

 

Recompensados pela honra de realizarmos a obra que Ele não confiou nem mesmo a seus anjos, os quais anelam fazer aquilo que Deus nos deu para fazermos?

 

Por isso tudo, e muito mais, é que ainda somos recompensados e realizamos com zelo a sua obra.

 

Exatamente por isso tudo, realizar a obra de Deus é uma incumbência santa que nos foi atribuída e que, não esqueçamos, nós aceitamos e, negligenciarmos essa incumbência traz conseqüências desastrosas sob o ponto de vista espiritual.

 

 

VI – As conseqüências da negligência e da omissão

 

Jr 48:10 “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue!” 

 

Assim como há um galardão em realizar com zelo a obra do Senhor que nos foi confiada, há também uma maldição espiritual em fazermos de qualquer maneira ou, ainda, deixarmos de realizá-la.

 

Muitas pessoas não entendem isso e agem como se nunca tivessem sido chamadas e ungidas por Deus; de um momento para outro, decidem por conta própria (como se tivessem realmente o direito de fazer isso) que não vão mais à igreja, que não querem mais servir, só querem ouvir a Palavra, que o tempo delas acabou aqui ou ali e, por isso, decidiu abandonar tudo e mudar para cá ou para lá.

 

Isso, simplesmente, é inadmissível sob o ponto de vista espiritual, pois uma vez ligado, não pode mais haver sequer a perspectiva do desligamento.

 

 Para ilustrar isso, lembremo-nos daquilo que Deus disse a respeito da ligação existente entre Adão e Eva:

 

Gn 2:24 “e por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” 

 

E como complemento dessa idéia, a analogia espiritual que o Apóstolo Paulo faz de nossa ligação com Cristo, por meio de nosso chamado:

 

I Co 6:16-17  “Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne.  Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele”.

 

Esse tipo de atitude, portanto, traz sérias conseqüências, tanto para aquele que as pratica, quanto para os que estão ao redor e, de alguma forma, ligados ministerialmente a ele, assim como um peso para a  igreja e ao corpo de oficiais, os quais absorverão a carga de trabalho que lhe cabia; além disso, há ainda as pessoas que serão influenciadas pelo mau testemunho deixado por aquele que “abandona o barco”.

 

GUARDEMOS EM NOSSO CORAÇÃO: não podemos parar e nem abandonar o barco, pois, se o fizermos, deixaremos o Corpo de Cristo descoberto e isso acarretará maldição pessoal e familiar!

 

Por que dizemos tudo isso?

 

Porque muitos ingressam com entusiasmo, porém, pela imaturidade e pela falta de um comprometimento pessoal com a obra, abrem mão dos preciosos valores de seu chamado, por causa dos momentos de instabilidade emocional, econômica e estrutural que atravessam, prejudicando assim, sensivelmente, o Corpo de Cristo.

 

É preciso que tenhamos em mente, de forma bem clara que, a partir do momento em que fomos chamados (e, lembre-se, isso não partiu de nós, mas sim, de Deus: não é opcional, mas sim, atribuído); a partir desse momento, nossas ações não são mais ações isoladas, pois tudo aquilo que fazemos afetará o Corpo. Há vidas que estão ligadas às nossas pelo ministério e que, de certa forma, dependem da firmeza de nossos posicionamentos.

 

I Co 12: 25-27  “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo”. 

 

Por todas essas coisas, há que se ter temor de Deus e, principalmente aquele que foi ungido e separado ao ministério, deve ter um temor especial, sabendo que muitas vidas dependem do seu posicionamento. 

 

 

VII – SOMOS ESCOLHIDOS PARA LOUVOR DA GLÓRIA DO SENHOR

 

Ef 1.4-12 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; 

 

A escolha do Senhor aconteceu antes mesmo de nós termos nascidos, onde Ele estabeleceu propósitos e condições em que seríamos grandemente abençoados.

 

Devemos ter esses versículos em nossa mente e no nosso coração para que possamos estabelecer metas de vida e propósitos que sejam coincidentes com os propósitos do Senhor para que possamos ser para louvor da Sua glória, e assim cumpramos o que está escrito a nosso respeito:

 

I Pe 2.9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

 

 

VIII – Devemos pernamecer firmes em oração

 

Mateus 6: 5-8 “E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará. E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos.Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem.”  

 

O quanto do nosso tempo nós temos dedicado e separado para ORAR?


A oração é um dos princípios básicos para um verdadeiro relacionamento com Deus.


Nosso Pai gosta de conversar com seus filhos, Ele espera ansiosamente pelo momento, em que eu e você ficamos em comunhão com Ele. Deus inclina os seus ouvidos para escutar as nossas orações, Deus volta toda a atenção para o orador.

 

Ts 5:17 “Orai sem cessar. “

 

 Ore sem cessar, a oração é essencial, orar é estar em permanente comunhão com Deus. Ore, pois a oração nos ensina a depender de Deus.


É a partir da oração que Deus começa a trabalhar para atender nossas necessidades.


Queridos nossas orações são poderosas, creia nisso e não deixe de orar. 


Não pare de orar, não deixe de conversar com o Pai, o nosso mestre Jesus orava constantemente, em muitos momentos ele ficava sozinho e neste instante orava.


Orar é ter intimidade com o Pai.


Ore, mesmo que para seus ouvidos a oração pareça estranha. As nossas tentativas podem ser fracas, mas como o poder da oração está nas mãos Daquele que a ouve, portanto as nossas orações podem fazer a diferença.


Jamais deixem o relacionamento com Deus, disto depende sua vida, disto depende a vida de tua familia, disto depende seu futuro, ame o Senhor e se apegue ainda mais a Ele.

 

 

IX – ORAÇÃO

 

A oração é uma arma poderosa que nos habilita a interagirmos no mundo espiritual e nos comunicarmos com o Senhor. A prática da oração, portanto, é vital para cada pessoa que almeja vitórias em sua vida espiritual e material, e, deve ser uma prática diária, como Daniel, que orava tres vezes ao dia e o Senhor o respondia.

 

Em cada uma das aulas deste curso de Intercessão e Batalha Espiritual sempre haverá no final da aula um modelo de oração para que o aluno possa tomar posse e se posicionar espiritualmente quanto à matéria ensinada e o seu compromisso com essa matéria e com suas atitudes que deverão ser diferenciadas a partir de então, assumindo uma postura de guerreiro e guardião das verdades espirituais que o Senhor lhe conceder, além de desenvolver a sua capacidade de orar, de forma coerente, totalmente dirigido pelo Espírito Santo de Deus, pois, esse é o objetivo maior desse curso.

 

Não afrouxe as mãos, não deixe o desânimo nem a preguiça te roubar no tempo e dedicação necessária para esse fim, mas a partir de agora tenha como prioridade a oração e o Senhor lhe será favorável, pois o seu coração estará exposto diante de Deus, e Ele, que é rico em misericórdia te enriquecerá e fortalecerá em amor.

 

 

X – Exemplo de oração de concordância com o chamado de Intercessor em sua vida:

 

“Senhor Jesus, Pai Soberano e Fiel, Grande em misericórdia e amor, quero hoje declarar o quanto te amo e que tenho uma aliança com o Senhor e quero demonstrar a minha gratidão pela oportunidade que o Senhor coloca à minha disposição para que eu possa te conhecer e ser um participante do Ministério de Intercessão. Como Isaias clamo a Ti, abre, Senhor, o nosso entendimento, tira todo Uzias que nos impede de exercermos o nosso chamado e nos dá uma visão celestial, para que possamos discernir o mundo espirutal e não sejamos confudidos pelas artimanhas do maligno. Reconheco que sou totalmente dependente de Ti e que a partir de agora me prostro aos Teus pés para me submeter somente à Tua vontade. Sem tua presença nada sou. Toca-nos com a brasa viva que sai do altrar e cura-nos de toda a deformação do nosso coração. Vê se há em nós algum caminho mal, e guia-nos pelo caminho da vida eterna, puros e santificados para o exercício da Tua obra. Obrigado Jesus por ter acesso a Ti através das orações que me levam a ter intimidade contigo. Pai, com sinceridade e intereza de coração, eu entrego o meu coração a Ti e declaro que aceito o meu chamado para ser um intercessor, reconhecendo a importância que este Ministério representa em minha vida, pois desejo ser o Teu servo e intrumento do Senhor nessa Terra. Senhor Jesus, eis-me aqui, usa-me a mim. Declaro que sou fiel a visão apostólica da Igreja Renascer em Cristo e me submeto, em amor, a Tua vontade, através das minhas lideranças espirituais e do Apóstolo Estevam e da bispa Sônia Hernandes, entendendo no meu espírito que o Senhor tem, através da Igreja Renascer em Cristo, um bom futuro preparado para mim e para toda a minha família. Pai, Tú és o único digno de adoração, e te peço que o Senhor receba as minhas orações como aroma suave e agradável ao Teu coração. Eu Te louvo Senhor pois sei que me ouves e que vais me responder. Jesus Cristo, meu Senhor, reine sobre a minha vida para sempre. Amém.”

 

 

Que o Senhor te abençoe. Amem!