OBRIGAÇÕES ESPIRITUAIS

Obrigações Diante da Imanência de Deus

1. DEUS está próximo.

 

DEUS presente — não estamos sozinhos!

 

O atributo da imanência divina, mostra-nos que DEUS, mesmo não podendo ser confundido com as suas criaturas, todavia pode se relacionar com elas.

 

DEUS cuida da sua criação. Isso significa que o nosso DEUS não é um DEUS distante, que após criar o mundo se ausentou dele!

 

Pelo contrário, Ele é um DEUS presente!

 

No capítulo 5 de Eclesiastes, Salomão está falando do culto a DEUS e mostra como Ele se identifica com o mesmo, aprovando-o ou reprovando-o: “porque [DEUS] não se agrada de tolos” (Ec 5.4).

 

Essa mesma verdade é mostrada no Novo Testamento (2 Co 6.16). Essa proximidade de DEUS deveria nos fazer melhores crentes, melhores cidadãos.

 

IMANÊNCIA (IMANENTE)

 

Essa palavra vem do latim, Immanere, «habitar».

 

E usada em relação a ações e princípios relativos a DEUS (sendo o contrário de transcendência).

 

O teísmo admite a imanência de DEUS, mas não identifica o mundo com DEUS.

 

Em outras palavras, a essência de DEUS é distinta da essência do mundo.

 

A teologia bíblica admite tanto a imanência quanto a transcendência de DEUS, porquanto ambas as coisas são ensinadas na Bíblia.

 

O trecho de Sl. 139 ensina a imanência de DEUS.

 

O teísmo bíblico requer essa imanência como um conceito fundamental.

 

Passagens como Rm, 11:33 ss e I Tm. 6:16, por outro lado, ensinam a transcendência de DEUS.

 

II Cor 6.16 Tanto naquele tempo como hoje o processo decisivo da grande guinada de vida para sair do mundo gentílico era o seguinte: “Convertei-vos, deixando os ídolos” (1Ts 1.9).

 

Nesse caso, porém, os ídolos não podem de forma alguma ocupar o templo de DEUS! Por natureza DEUS não pode tolerar poderes estranhos em seu templo.

 

Nessa frase Paulo deve estar pensando na leviandade com que os “livres” e os “fortes” em Corinto acreditam que podem participar tranquilamente das refeições em templos gentílicos.

 

“Fugi da idolatria!” é uma advertência que ele já tivera de escrever na primeira carta (1Co 10.14).

 

Mas ele não se refere apenas a tais eventos isolados.

 

Sua advertência tem um sentido bem abrangente com vistas a tudo que não se harmoniza com o DEUS vivo e nossa ligação com ele.

 

Não é possível que sejamos reconciliados com DEUS por um preço tão alto (2Co 5.19-21!) e que depois novamente nos maculemos com “idolatria” no sentido mais amplo. “Porque nós somos o santuário do DEUS vivente, como ele próprio disse: “Habitarei e andarei entre eles; serei o seu DEUS, e eles serão o meu povo‟.”

 

O que DEUS prometera ao povo de Israel na antiga aliança (Lv 26.11s) e o que ele assegurara novamente por meio do profeta Ezequiel (Ez 37.27) após o cativeiro babilônico se cumpriu agora.

 

Por isso, em 1Co 3.16s Paulo havia designado a igreja de JESUS de templo santo de DEUS (cf. também Ef 2.19-22).

 

Que inédita condição de vida fora concedida à igreja desse modo! Ser santuário de DEUS, povo de DEUS, ter o eterno DEUS vivente como “nosso” DEUS tão perto de nós na mais íntima comunhão – em que alturas isso nos posicionou!

 

II Cor 6.1 6 — Vós sois o templo. Uma referência a Levítico 26.11,12 e a outras passagens, tais como Jeremias 32.38 e Ezequiel 37.27, para relembrar os coríntios de seu relacionamento com DEUS. Como o ESPÍRITO SANTO estava habitando neles, eram a mais nova morada do Senhor (1 Co 6.19).

 

O cristão é por confissão, e deveria ser na realidade, o templo do DEUS vivente dedicado e ocupado com o serviço de DEUS.

 

O Senhor prometeu habitar nos cristãos, para neles habitar e andar, para desfrutar de um relacionamento especial com eles e ter um cuidado especial com eles, para que Ele seja o seu DEUS e eles sejam o seu povo.

 

Por isso, não pode haver “…consenso […] entre o templo de DEUS e os ídolos”.

 

Os ídolos são rivais de DEUS e da sua honra, e DEUS é um DEUS zeloso e não dará sua glória a outro.

 

(3) Há um grande perigo em comunicar-se com descrentes e idólatras, em ser corrompido e rejeitado.

 

 

2. O valor das orações e votos.

 

DEUS de promessas — o valor das orações e votos

 

Tudo o que foi dito antes culminará numa das mais belas verdades bíblicas — DEUS não apenas se faz presente, mas também prometeu nos abençoar atendendo nossas orações e realizando os nossos desejos.

 

Isso acontecerá quando orarmos de acordo com sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14).

 

Os judeus sabiam dessa verdade e por isso não somente oravam a DEUS, como também se empenhavam através de votos (Nm 30.3-16; Dt 23.21-23).

 

Não há dúvidas de que o livro de Eclesiastes tem em mente essas passagens bíblicas quando adverte: “Quando a DEUS fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos.

 

Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras”. (Ec 5.4,5, ARA).

 

Em o Novo Testamento não encontramos um preceito concernente à prática do voto, mas o seu princípio permanece válido.

 

Fazer compromisso ou propósito diante de DEUS e cumpri-los é uma verdade que ultrapassa gerações.

 

O valor das orações e votos — uma análise contextualizada dessas práticas

 

Fez também Jacó um voto, dizendo: Se DEUS for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz, para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu DEUS; e a pedra, que erigi por coluna, será a casa de DEUS; e de tudo quanto me concederes, certamente eu te pagarei o dízimo (Gn 28.20-22).

 

 

1. O voto é um promessa feita a DEUS.

 

O que pode ser uma expressão de gratidão por algum favor outorgado, ou uma promessa no sentido de manifestar gratidão por algumas bênçãos desejadas, caso DEUS ache por bem outorgá-las.

Neste aspecto o voto bíblico não pode ser confundido com a “promessa” católica, uma vez que esta é feita a um “santo”, enquanto aquele só poderia ser feito a DEUS.

 

2. A Bíblia contém muitas injunções sobre a observância do voto.

 

Não deve, portanto, o voto ser visto como uma barganha. Uma espécie de “toma lá dá cá”.

 

O voto deve ser feito como uma expressão de devoção piedosa do crente a DEUS.

 

De fato a voluntariedade é um elemento essencial para que um ato se configure como moral. Em outras palavras, só seremos responsabilizados por aqueles atos que praticarmos voluntariamente.

 

No caso do voto bíblico, ninguém era obrigado a fazê-lo.

 

“Abstendo-te de fazer o voto, não haverá pecado em ti” ( Dt 23.22).

 

Por outro lado, uma vez feito o voto, havia a responsabilidade de cumpri-lo.

 

“Quando fizeres algum voto ao Senhor, teu DEUS, não tardarás em cumpri-lo; porque o Senhor teu DEUS, certamente, o requererá de ti, e em ti haverá pecado” (Dt 23.21); “Quando a DEUS fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos.

 

Cumpre o voto que fazes” (Ec 5.4).

 

Antes de se fazer um voto é necessário ter consciência do compromisso que estamos assumindo.

 

Poderei cumprir esse voto? Lembro-me que um irmão me procurou certa vez.

 

Ele demonstrava estar insatisfeito com o líder da congregação da qual ele fazia parte.

 

Querendo saber a razão do seu descontentamento, descobri que era algo relacionado a um voto que ele havia feito.

 

Ele votara a DEUS dizendo que se o Senhor lhe desse vitória em algo que pedira, então em cumprimento do voto feito realizaria um culto semanal em sua casa.

 

Sempre às terças-feiras.

 

Tendo alcançado o favor do Senhor, aquele irmão viu-se em dificuldades para cumprir seu voto.

 

O dirigente da congregação disse-lhe, com razão, que ele não deveria ter feito um voto que dependesse de terceiros para que pudesse ser cumprido.

 

A igreja tinha a sua própria agenda e não poderia viver em função do voto daquele irmão.

 

A questão não é, portanto, simplesmente votar, mas o que estamos votando e de que maneira cumpriremos os nossos votos.

 

O caso de Jefté é bem conhecido (Jz 11.30,35-36,39). Os versículos citados deixam claro que Jefté não tencionava que sua filha fosse o objeto de cumprimento de seu voto precipitado. “Fez Jefté um voto ao Senhor e disse: Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto”( Jz 11.30,31).

 

Todavia a forma vaga e precipitada como fez o seu voto foi a causa do seu posterior lamento. “Quando a viu, rasgou as suas vestes e disse:

 

Ah! Filha minha, tu me prostras por completo; tu passaste a ser a causa da minha calamidade, porquanto fiz voto ao Senhor e não tornarei atrás (Jz 11.35).

 

Por último, convém observar que de acordo com as Escrituras não podemos oferecer como voto ao Senhor aquilo que já lhe pertence ou que por Ele é proibido.

 

Por exemplo: o dízimo já é do Senhor, não poderei fazer um voto tencionando pagá-lo com ele (Ml 3.10).

 

Aquilo que é fruto de alguma coisa impura ou abominável também não pode ser objeto de voto (Dt 23.18).

 

O voto, portanto, deve ser visto como uma forma de manifestação da graça de DEUS, e com a qual Ele quer nos abençoar.

 

Neste capítulo abordamos as palavras do sábio Salomão no contexto da adoração bíblica.

 

Ficamos logo conscientes de que não há adoração verdadeira que não leve em conta as obrigações diante de DEUS e dos homens.

 

Se quisermos viver uma vida espiritual plena devemos estar conscientes das implicações que a acompanham.

 

De nada adianta termos templos suntuosos, ministrações eloquentes e cantores famosos se não estamos cumprindo com as obrigações que uma verdadeira adoração requer.

 

 

DEUS PRESENTE

 

Jr 29.12,13 — A reação prometida pelo Senhor para com as orações dos profetas coloca-se em contraste com sua recusa de ouvi-los em Jr 7.16.

 

De todo o vosso coração.

 

Essa descrição difere grandemente da descrição mais comum a respeito do coração do povo de Judá como sendo ímpio e rebelde (Jr 3.10; 4.14; 7.24).

 

DEUS sondaria o coração do povo e revelaria seu verdadeiro caráter (Jr 11.20).

 

Jr 29.12-14 – DEUS não se esqueceu de seu povo. embora este estivesse cativo na Babilônia.

 

O Senhor planejou dar-lhes um novo começo com um novo propósito: seriam transformados em um novo povo. Em meio às terríveis circunstâncias que enfrentamos. pode parecer que DEUS se esqueceu de nós.

 

Mas Ele pode estar nos preparando, como tez com o povo judeu, para um novo começo em que Ele seja o centro de nossa atenção e vida.

 

Jr 29.13 – De acordo com o sábio plano de DEUS. seu povo deveria ter um futuro e uma esperança.

 

Consequentemente, poderiam colocar sua confiança nEle.

 

Embora os exilados estivessem em um lugar distante e em um momento de dificuldade, não precisavam desesperar-se, pois tinham a presença de DEUS, o privilégio da oração e a graça. Se buscado sinceramente.

 

Ele será encontrado. A distância geográfica, a tristeza, a perseguição e os problemas não podem impedir nossa comunhão com DEUS.

 

Mn 30.3-5 — Na cultura israelita, uma jovem mulher solteira ficava sob a tutela de seu pai. Se ela fizesse um voto, este, ao ser conhecido pelo pai da moça, poderia ser cumprido ou não, dependendo da vontade paterna.

 

Por esta razão, o pai poderia anular o voto. Se ele não o fizesse, isso significava que o voto estava válido, incluindo qualquer complicação em decorrência da promessa.

 

Mn 30.6-8 — O cumprimento do voto feito por uma mulher antes de casar-se passa a ser uma determinação do marido.

 

Assim, o esposo poderia anular a promessa feita por sua cônjuge antes do matrimônio, ou seja, antes de ela estar sob sua tutela. Neste caso, DEUS a livraria do voto dela.

 

Caso o marido soubesse da promessa e não dissesse nada, então o voto continuaria válido, incluindo qualquer problema em decorrência deste. Fazendo uma comparação com os versículos 10 a 15 deste capítulo, os versículos 6 a 8 sugerem que a mulher aqui citada é recém-casada.

 

Nm 30.9 — O voto de uma viúva ou de uma mulher divorciada era válido, porque não estava atrelado à tutela do pai nem do marido.

 

30.10-15 — No caso de uma mulher que fizesse um voto ao Senhor depois do casamento, o marido poderia anulá-lo.

 

Porém, seu silêncio em relação ao compromisso o validaria. Muitas destas situações podem ter sido arbitradas da mesma maneira que o caso envolvendo as filhas de Zelofeade (Nm 27), isto é, baseando-se em situações específicas levadas perante DEUS para a proclamação de uma sentença.

 

Mn 30.16 — Este versículo fala sobre a autoridade de DEUS e as decisões que Ele transmitiu a Moisés a respeito dos votos feitos pelas mulheres na antiga cultura de Israel.

 

Nm 30.3. Em sua juventude

Isto é, dizem os rabinos, com 12 anos de idade, e em treze anos, no caso de um jovem. Os jovens desta idade foram considerados sob a autoridade de seus pais, e, Consequentemente, não tinha poder de voto fora da propriedade de outro.

 

Nm 30.12. Quanto ao vínculo de sua alma

 

Sua vida está em jogo, se ela não cumprir a obrigação em que ela se colocou.

 

Nm 30.16. Estes são os estatutos

 

Dt 23.21 Os vss. 21-23 deste capítulo apresentam a quarta das vinte leis miscelâneas apresentadas no trecho de Dt 23.15-25.19.

 

Crentes piedosos, ou aqueles que estivessem carentes, necessitados de receber alguma coisa da parte de DEUS, fariam votos para receberem o que queriam.

 

Esse ato de devoção e necessidade precisava ser regulamentado.

 

Os votos tinham de ser feitos com toda a seriedade, evitando qualquer frivolidade ou hesitação.

 

Eram tomados diante de Yahweh-Elohim, o EternoTodo-poderoso, da parte de Quem nos chegam todas as bênçãos (ver Tg 1.17).

 

O poder de DEUS requer dos homens que, uma vez feitos votos, eles sejam cumpridos, pois de outro modo entra a frivolidade, que só serve para debilitar a fé religiosa. DEUS não fez promessas frívolas, nem devem tomar votos frívolos aqueles que o adoram.

 

Os votos, de acordo com costumes de tempos posteriores, eram cumpridos antes ou durante o tempo das três grandes festividades anuais, a saber, a Páscoa, o Pentecoste e os Tabernáculos (Ver I Sm. 1.21 e Ec. 5.4).

 

Dt 23.22 Abstendo-te de fazer o voto. Os votos eram recomendados como parte da prática espiritual, mas não eram requeridos.

 

Eram expressões voluntárias.

 

Ninguém era obrigado a tomar votos; mas se alguém fizesse um voto, tinha a obrigação de cumpri-lo, e o mais prontamente possível.

 

Todos nós, em um tempo ou outro, temos feito promessas a DEUS: “Se fizeres isto para mim, eu farei isto ou aquilo”. Não há nenhum mal nessa prática, mas devemos agir sempre com honestidade.

 

Conforme dizia a minha mãe: “Algumas vezes podemos barganhar com DEUS, mas de outras vezes, não”.

 

Em Israel, votos eram feitos em conjunção com as ofertas voluntárias e através deles eram sustentados os cultos sagrados, juntamente com outras provisões.

 

Talvez um homem precisasse de cura; talvez precisasse de uma boa colheita; uma mulher talvez quisesse um bom marido com quem casar-se. Os votos eram feitos tendo em vista a obtenção de coisas dessa natureza.

 

Dt 23.23 O que proferiram os teus lábios, isso guardarás.

 

Um voto, uma vez proferido, tornava-se absolutamente obrigatório.

 

Ver Pro. 20.25; Ecl. 5.4,5. “Aben Ezra observou que todo voto é como uma oferta voluntária, embora nem toda oferta voluntária seja um voto.

 

O Targum de Jonathan enumerou várias maneiras pelas quais um homem podia pagar por uma bênção obtida através de um voto: ofertas pelo pecado; ofertas pela culpa; holocaustos; oblações de coisas santas; libações; presentes feitos para o santuário; e esmolas dadas aos pobres” (John Gill, in loc.).

 

Dessas e, sem dúvida, de outras maneiras também, um homem podia pagar um a graça recebida em face de algum voto ou promessa que tivesse feito.

 

Dt 23.21,22 — O voto era o comprometimento que demonstrava, de uma forma específica, o amor de um indivíduo pelo Senhor. Embora fosse voluntário, aquele que o fizesse era obrigado a cumpri-lo.

 

DEUS esperava que o povo mantivesse sua palavra (compare com Mt 5.37). C

 

onsiderava- se o não cumprimento de um voto como pecado (Ec 5.4-6).

 

Entretanto, fazer um voto era uma atitude espontânea e não necessária para o desenvolvimento da comunhão com DEUS.