Aula 12 – Cobertura Intercessória
Definição
O Capítulo 2 de II Tm fala sobre o culto e, os versículos aqui explanados, sobre interceder por todos os homens., principalmente os com autoridade.
Nos versículos 1 e 2, vemos que orar por todos é um dever. As orações devem ser prioridades na igreja (“Antes de tudo”). Sem dúvida, é parte essencial num culto público. Conforme vemos na Bíblia, é para orar em favor de todos os homens e não contra. Ou seja, na reunião como igreja, deve-se orar pelo crentes e pelos outros (até pelos inimigos).
Oração
De acordo com I Timóteo, a oração pode tomar várias formas: pedido (súplica) orações (termo geral), intercessão (pedido por outro) e ações de graças (gratidão, reconhecimento do que já fez). Um detalhe importante é que orar não é barganhar. E também deve-se lembrar dos que estão indo para o inferno.
Interceder
No versículo 2, Paulo destaca uma categoria de pessoas: autoridades. De acordo com a história, vemos que o Império Romano (tinha corrupção) dominava e tinha uma hierarquia complexa. Inegavelmente os judeus tinham dificuldade com essa hierarquia, mesmo tendo algumas regalias, isenções. Mas os judeus convertidos tinham que orar. E, da mesma maneira, é dever do Cristão orar pelas autoridades.
Por que interceder pelas autoridades?
Primeiro, para ter vida tranquila, para que as autoridades atendam ao bem comum.
Segundo, porque é bom e agradável diante de Deus, conforme vemos no versículo 3. As autoridades foram colocadas por Deus e elas prestarão contas diante de Deus.
Terceiro, orar pelas autoridades serve de testemunho para o mundo que a igreja não é partidária, mas quer o bem comum. A igreja é a voz profética. Aqui faço uma observação que a igreja não é partidária, mas pessoas podem ser, somos cidadãos, conquanto que não depositem a fé em nada e ninguém, apenas em Deus, que usa as pessoas para seus propósitos redentores.
Quarto, devemos interceder porque é através da oração que Deus cumpre seus propósitos. Governantes governam e Deus atende a oração do seu povo.
Quinto, porque Deus deseja salvar pessoas de todos os tipos; salvar da culpa, do poder do pecado e da condenação eterna. Para que saibam que só há um mediador, dessa forma, confrontando o cultismo. Deus tem seus eleitos em todos ou lugares, inclusive nos palácios, nas câmaras, assembleias…
Sexto, porque Cristo se deu por todos. Ele resgata pecadores: pessoas de todas as categorias e não todo mundo, pois se for todo mundo, diminuímos o sacrifício de Cristo ou caímos no universalismo. Todavia, o sacrifício de Cristo é eficaz, assim como seu chamado, e nenhuma gota de sangue foi derramada em vão.
“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;” 1 Timóteo 2:1-2.
Nestes versículos, recebemos uma clara exortação do apóstolo Paulo de que devemos orar por todas as pessoas. Isso inclui aqueles que governam os países em que vivemos. Quando olhamos para a política e aqueles no poder e aqueles que lutam pelo poder, pode parecer que esta é uma tarefa fútil. Podemos quase nos perguntar, que ajuda será a de orar por pessoas sem Deus e orgulhosas que certamente não estão dispostas a serem guiadas por Deus? Como a oração ajudará isso? Por que devemos realmente orar? Deus pode orientar o governo usando essas pessoas? Qual é a intenção real de orar como este versículo exorta?
Paulo, e muitos ao longo dos séculos, sabiam que Deus ouve e considera as orações de pessoas tementes a Deus. Tiago escreve sobre Elias: “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” Tiago 5:16-18.
As pessoas tementes a Deus não devem se sentar e aceitar o que vier. Devemos lutar em oração pelos nossos líderes e pelo nosso país! Independentemente do tipo de pessoa que o líder possa ser. Nós lemos em Provérbios 21:1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer.” Os olhos de Deus percorrem a terra para encontrar aqueles que são leais a Ele e apoiá-los totalmente. (2 Crônicas 16: 9) Tiago também afirma: “nada tendes, porque não pedis.” Tiago 4:2. Paulo exortou as igrejas a orar por aqueles em autoridade para que Deus pudesse agir em favor daqueles que o servem. Devemos defender algo em um mundo ímpio; se não tomarmos a luta dessa maneira pelo que é certo, quem fará?
Sabemos que Deus é onipotente e pode fazer o que quiser. Mas não podemos ser fatalistas por causa disso. Há exemplos na Bíblia em que Deus mudou seus planos por causa da oração. Ele havia decidido destruir Israel depois que eles pecaram fazendo um bezerro de ouro, mas então Moisés pediu: “‘ Ó Senhor, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas dos céus, e darei à vossa descendência toda esta terra, de que tenho falado, para que a possuam por herança eternamente. Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.” Êxodo 32:11-14.
Portanto, é bom tomar cuidado com o que Paulo escreveu e orar por nossos líderes e pedir a Deus que guie seus caminhos. Podemos pedir a Deus para agir e orientar as coisas para que possamos viver “uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”. Por exemplo, podemos orar para que nenhuma lei seja aprovada ou decisões que dificultem nossa capacidade de ter reuniões cristãs ou que derrubariam a integridade moral do país. Podemos também pedir a Deus para proteger a segurança de nossa pátria, especialmente para o bem de nossas famílias e outros entes queridos. Podemos ter certeza de que Deus está acompanhando nossas orações enquanto ele dirige os assuntos das terras em que vivemos.
Intercedendo pelas Autoridades
Por intermédio do apóstolo Paulo, Deus nos diz que devemos orar pelas autoridades, o que inclui o prefeito da nossa cidade, o governador do nosso Estado e a presidente do País.
Leiamos a instrução:
“Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, 4 que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2.1-4).
Se pensarmos apenas em Roma, o imperador se chamava NERO CLAVDIVS CAESAR AVGVSTVS GERMANICVS, que governou de Outubro de 54 a Junho de 68 e que mandou matar o autor da Carta a Timóteo.
Este texto foi muito mal usado por governantes déspotas, pelo que precisa ser bem compreendido, para ser aplicado.
1. A oração pelas autoridades faz parte do ministério da intercessão por todas as pessoas, incluindo os governantes. A oração pelos outros (intercessão) agrada a Deus.
2. Os governantes são parte das leis de Deus para a humanidade.
Há leis naturais (estudadas pela física e pela química, por exemplo) e espirituais (instruções sobre a arte de viver nesta vida e na próxima) e há leis sociais (com o conjunto de regras para a vida em sociedade ou vida política).
Uma destas leis é a existência de governos para liderar as nações, estados e cidades.
Eles vivem sob uma pressão muito grande.
Eles vivem sob uma tentação muito grande.
Eles vivem sob uma sedução muito grande.
Eles precisam de uma sabedoria solidária para governar.
Ele precisam de nossas orações.
3. Os governantes precisam de qualidades naturais (dadas naturalmente por Deus), mas também de qualidades especiais (dadas sobrenaturalmente por Deus) para bem governar.
Quando oramos por esses governantes, pedimos a Deus que os capacite, tanto natural quanto sobrenaturalmente, não importa se crêem nEle.
Um bom governo permite que os cristãos vivam em liberdade e possam proclamar o amor de Deus para com todos.
4. A oração pelos governantes não elimina o direito à crítica, que pode pedir por seu impeachment. Os tiranos devem ser depostos. Os pastores Martin Niemoller e Dietrich Bonhoeffer resistiram a Hitler. Martin Luther King Jr resistiram à política oficial segregacionista norte-americana. Orar por um político não é aprovar sua conduta.
Devemos pedir pela conversão dos governantes.
Devemos pedir sabedoria para os governantes.
Devemos pedir generosidade dos governantes.
Devemos pedir que os governantes consigam atuar de modo a contribuir para que haja justiça e liberdade.
Podemos até pedir saída dos governantes incompetentes ou corruptos, respeitada a lei, se democrática
Cobertura dos Governantes da terra
Salmo 72 [Salmo de Salomão]
1 Dá ao rei tua justiça, ó Deus, e concede retidão ao filho do rei.
2 Ajuda-o a julgar teu povo corretamente; que os pobres sejam tratados com imparcialidade. 3 Que os montes produzam prosperidade para todos, e que as colinas deem muitos frutos. 4 Ajuda-o a defender os pobres dentre o povo, a salvar os filhos dos necessitados e a esmagar seus opressores.
5 Que eles te temam enquanto o sol brilhar, enquanto a lua permanecer no céu; sim, para sempre!
6 Que o governo do rei seja como a chuva sobre a grama recém-cortada, como os aguaceiros que regam a terra.
7 Que todos os justos floresçam durante seu reinado, que haja grande paz até que a lua deixe de existir.
8 Que ele reine de mar a mar, e do rio Eufrates até os confins da terra.
9 Nômades do deserto se curvarão diante dele, seus inimigos lamberão o pó a seus pés.
10 Os reis de Társis e de outras terras distantes lhe pagarão tributos. Os reis de Sabá e de Sebá lhe darão presentes.
11 Todos os reis se curvarão diante dele, e todas as nações o servirão.
12 Ele livrará o pobre que clamar por socorro e ajudará o oprimido indefeso.
13 Ele tem compaixão do fraco e do necessitado e os salvará.
14 Ele os resgata da opressão e da violência, pois considera preciosa a vida deles.
15 Viva o rei! Que ele receba o ouro de Sabá. Que o povo sempre ore por ele e o abençoe o dia todo.
16 Que haja fartura de cereais em toda a terra, crescendo até o alto dos montes. Que as árvores frutíferas sejam como as do Líbano, e que o povo prospere como grama no campo. 17 Que o nome do rei permaneça para sempre, que dure enquanto o sol brilhar. Que todas as nações sejam abençoadas por meio dele e o louvem.
18 Louvado seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, o único que realiza tais maravilhas!
19 Louvado seja seu nome glorioso para sempre! Que tua glória encha toda a terra. Amém e amém!
20Terminam aqui as orações de Davi, filho de Jessé.
A IMPORTÂNCIA DE ORAR PELOS GOVERNANTES
Confesso a vocês que uma das exortações bíblicas que menos prático é a que foi postada por Paulo à Timóteo, e que diz assim
(1Tm 2.1-4):
1 […] recomendo que sejam feitas petições, orações, intercessões e ações de graça em favor de todos,
2 em favor dos reis e de todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila, caracterizada por devoção e dignidade.
3 Isso é bom e agrada a Deus, nosso Salvador,
4 cujo desejo é que todos sejam salvos e conheçam a verdade.
É verdade que em todos os cultos de oração aqui na igreja — quem participar poderá testemunhar — nós temos orado pelo Brasil e pelos nossos governantes. Mas, individualmente, lá no quarto secreto, a prática de orar pelos governantes, conforme manda as Escrituras, muitos de nós, se não a maioria, negligência. Eu tenho negligenciado! Confesso. E você? Tens orando pelos nossos governantes?
Paulo está afirmando (1Tm 2.2) que uma vida de “devoção e dignidade” (devoção ou respeito), em grande parte, dependerá de uma atmosfera política e social onde se desfruta de “uma vida pacífica e tranquila”, pois se supõe que ali haverá maior liberdade para se realizar obras ou praticar atividades ou participar de movimentos consistentes com a vontade de Deus para seu povo, como, por exemplo: criar filhos no Senhor, servir os necessitados da comunidade, pregar, ensinar, publicar e veicular a verdade do evangelho aos quatro cantos da nação, etc. Por outro lado, faltando paz e tranquilidade, vivendo em ambiente hostil e pervertido, a tendência poderá ser o enfraquecimento da fé salvadora.
É verdade que há exceções. Houve momentos na história em que a perseguição ao cristianismo pulverizou o poder do evangelho, fazendo-o se espalhar e florescer com força e vigor aonde ia ou chegava. Mas essa não é a regra. Tanto não é que, no final dos tempos, a perseguição e o sofrimento utilizado pelo anticristo e seus comandados fará a fé e o amor de muitos se esfriar. Nós já estamos vendo isto acontecer! Não é verdade?
Necessário é, portanto, que nos engajamos em oração pelos nossos governantes. Precisamos fazer isto em nossos cultos de oração (o que já temos feito — e aqui vai um apelo: participe dos cultos de oração!); mas precisamos orar pelos governantes também em nossos momentos a sós com Deus no quarto secreto de oração. Afinal, devoção, dignidade, conhecimento da verdade, salvação e tantos outros frutos do evangelho estão de alguma forma atrelados à resposta de Deus às orações dos santos pelos seus governantes, para que tenhamos na nossa nação vidas pacíficas e tranquilas, sem censura ou perseguição religiosa. Esse é o tamanho da importância de se orar pelos governantes.
FÉ E SABEDORIA PARA ORAR
Por que nós não oramos pelos governantes?
Primeiro, porque nos falta fé. Nós olhamos para o cenário nacional ou mundial e dizemos: “Não tem jeito! Nada vai mudar! O que tiver de ser será! Não adianta orar.” Falta de fé. Muitos não oram por falta de fé. E fé só Deus poderá nos dar. Peça, portanto, que Deus lhe dê fé para orar; para orar pelos nossos governantes, crendo que quando Deus age, ninguém poderá impedi-lo. Peça fé e ore com fé.
Segundo, não oramos porque nós não sabemos como orar pelos governantes. Afinal, pedir o quê? Ajoelhemo-nos, os pensamentos voam em meio aos problemas que são tantos e não sabemos como orar. Neste caso, o que nós temos é a Bíblia como guia para as nossas orações. Veja, por exemplo, a pauta de oração de Paulo no que diz respeito a orar pelos governantes. Como Paulo orava por eles? O que Paulo pediu a Timóteo que orasse? Ouça, mais uma vez
(1Tm 2.1-4):
1 […] recomendo que sejam feitas petições [súplica], orações, intercessões e ações de graça em favor de todos,
2 em favor dos reis e de todos que exercem autoridade,para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila, caracterizada por devoção e dignidade.
3 Isso é bom e agrada a Deus, nosso Salvador,
4 cujo desejo é que todos sejam salvos e conheçam a verdade.
Aqui nós temos a prioridade número 1 da igreja: fazer chegar o evangelho e a verdade de Cristo a todos, com a intenção de que todos sejam salvos. Temos também a forma como devemos orar: petições, orações, intercessões e ações de graça. As pessoas pelas quais orar: todos, reis e os que exercem autoridade. E o objetivo ou alvo das orações: “para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila, caracterizada por devoção e dignidade”.
Quando tivermos o coração cheio de fé (que é dom de Deus) e de sabedoria (que vem da Palavra de Deus), nossos joelhos se curvarão para orar pelas nossas autoridades.
O LEGADO DE DAVI
Davi aprendeu a importância da oração pelos governantes. Seus salmos nos dão prova disso. Leia o Salmo 119 e você verá que a piedade do homem segundo o coração de Deus brotava da Palavra, da oração e da maturação promovida por Deus através do sofrimento. E foi esse o legado que ele deixou para seu filho Salomão, que é o autor do Salmo 72, o nosso salmo para hoje.
Salomão até que começou bem o seu governo sobre Israel. Começou orando. Ouvindo a Deus e orando. Pedindo sabedoria. E Deus lhe concedeu (1Rs 3). Porém, mais tarde, pecados escondido e não tratados em seu coração o fizeram se desviar do SENHOR (1Rs 3.2 e 11.7-8), levando a nação a pecar e sofrer. Tivesse Salomão permanecido nos passos do pai e mantido uma vida de oração, devoção e sabedoria que brota da palavra de Deus, seu destino e o da nação teria sido completamente diferente. Mas este é outro assunto. Nosso tema aqui é a oração que ele fez por si mesmo, pelo seu governo e pela nação. O que nós aprendemos? Aprendemos sobre a importância da oração.
CONCLUSÃO DO LIVRO II DOS SALMOS
Lembre-se de que o Salmo 72 é a conclusão do Livro II do Saltério. O Livro I vai do salmo 1 ao 41. O Livro II, do 42 ao 72. E assim por diante.
O Livro II termina com quatro orações, conforme já dissemos: Salmo 69 – oração de sofrimento, Salmo 70 – oração de desespero, Salmo 71 – oração do idosoe Salmo 72 – oração pelo rei(Salomão).
Buscando aprender como orar em toda e qualquer circunstância, nós já estudamos como orar quando estivermos sofrendo(Sl 69), quando estivermos desesperados(Sl 70), quando estivermos velhinhos ou envelhecendo (Sl 71), e agora estudaremos como suplicar e interceder quando estivermos orando pelas nossas autoridades(Sl 72).
COMO ORAR PELOS GOVERNANTES?
O salmo de Salomão pode ser dividido em cinco partes. Cada uma delas revela um aspecto de seu reino e sobre o qual ele desejava as bênçãos de Deus: (1) o caráter do reino: justiça(vs. 1–4); (2) o propósito do reino: temor(vs. 5-7); (3) a abrangência do reino: universal(vs. 8–11); (4) a natureza do reino: compassivo(vs. 12–14); e (5) o privilégio do reino: prosperidade para todos (vs. 15-17). Em seguida, a doxologia (vs. 18 a 20) que conclui não apenas este salmo, mas também o Livro II do Saltério. Caminharemos por cada uma dessas partes e no final faremos as devidas aplicações.
1 O CARÁTER DO REINO: JUSTIÇA (VS. 1–4)
A capacidade de fazer o bem não era a Salomão inata, viria de Deus.
1 Dá ao rei tua justiça, ó Deus, e concede retidão ao filho do rei.
2 Ajuda-o a julgar teu povo corretamente; que os pobres sejam tratados com imparcialidade. 3 Que os montes produzam prosperidade para todos, e que as colinas deem muitos frutos. 4 Ajude-o a defender os pobres dentre o povo, a salvar os filhos dos necessitados e a esmagar seus opressores.
Nós também precisamos da capacidade vinda de Deus para fazermos o bem, mesmo não sendo reis ou juízes. Ninguém pode presumir que sozinho e com força de vontade vencerá a força da maldade pessoal, o pecado e ser bom. Necessitamos da ação e da graça de Deus em nossa vida. Justiça e retidão são qualidades que nós e nossos governantes precisamos. E só Deus poderá produzir isto em nós. É dom de Deus. Por isso oramos, suplicamos e intercedemos.
2 O PROPÓSITO DO REINO: ABENÇOAR (VS. 5-7)
Que o reino não tenha fim e que possa abençoar é o segundo pedido de Salomão. Que não tenha fim e que seja abençoado para todos igualmente.
5 Que eles te temam [ao rei] enquanto o sol brilhar, enquanto a lua permanecer no céu; sim, para sempre! 6 Que o governo do rei seja como a chuva sobre a grama recém-cortada, como os aguaceiros que regam a terra. 7 Que todos os justos florescem durante seu reinado, que haja grande paz até que a lua deixe de existir.
Isso é o que se almeja: um reino eterno e abençoador. Justo para todos e igualmente abençoador. E que não acabe.
3 A ABRANGÊNCIA DO REINO: UNIVERSAL (VS. 8–11)
Terceiro pedido: que o rei vença os adversários e cresça. Isto aconteceu nos dias de Salomão. O v. 10, por exemplo, se cumpriu literalmente, pois a rainha de Sabá veio visitar Salomão (1Rs 10.1). Ouça a petição do salmo (vs. 8-11):
8 Que ele reine de mar a mar, e do rio Eufrates até os confins da terra. 9 Nômades do deserto se curvarão diante dele, seus inimigos lamberão o pó a seus pés. 10 Os reis de Társis e de outras terras distantes lhe pagarão tributos. Os reis de Sabá e de Sebá lhe darão presentes. 11 Todos os reis se curvarão diante dele, e todas as nações o servirão.
O que se deseja é um reino justo e abrangente o bastante para atrair e assim abençoar.
4 A NATUREZA DO REINO: COMPASSIVO (VS. 12–14)
O quarto pedido visa, na verdade, resolver um problema em potencial: o poder torna a pessoa autoritária, sem misericórdia. O poder corrompe. O salmista, porém, pede que o rei seja pronto para ouvir e ajudar (v. 12), seja compassivo e salve da morte os fracos (v. 13) e que os resgata da opressão (v. 14).
12Ele livrará o pobre que clamar por socorro e ajudará o oprimido indefeso. 13 Ele tem compaixão do fraco e do necessitado e os salvará. 14 Ele os resgata da opressão e da violência, pois considera preciosa a vida deles.
O desejo é que se tenha um rei sensível e compassivo, sempre pronto para agir e socorrer, ajudando e resgatando.
5 O PRIVILÉGIO DO REINO: PROSPERIDADE (VS. 15-17)
Prosperidade ao rei e ao povo é o que ele vem pedindo! Agora o pedido está conectado com sua bondade. Que seja abençoado vem depois de que ele seja bom (vs. 12-14). Se ele for bom, seu povo o amará e orará por ele todos os dias (v. 15b). O desejo é que o rei seja abençoado por toda a vida (v. 17). E que seja bom por todos os dias da vida.
15 Viva o rei! Que ele receba o ouro de Sabá. Que o povo sempre ore por ele e o abençoe o dia todo. 16 Que haja fartura de cereais em toda a terra, crescendo até o alto dos montes. Que as árvores frutíferas sejam como as do Líbano, e que o povo prospere como grama no campo. 17 Que o nome do rei permaneça para sempre, que dure enquanto o sol brilhar. Que todas as nações sejam abençoadas por meio dele e o louvem.
O desejo é que todos se orgulham do rei que têm sobre eles. Que se orgulha e o elogiem por todas as gerações. Que bênção e prosperidade, fruto de seu reinado, abençoe a todos em todos os lugares.
O LOUVOR FINAL
O salmo termina colocando tudo na perspectiva correta. Salomão louva a Deus. Deus é quem deve ser bendito, não Salomão. De fato, esses versos finais concluem não apenas o Salmo 72, mas o Livro II como um todo. Louvor, glória e honra são devidos a Deus:
18 Louvado seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, o único que realiza tais maravilhas! 19 Louvado seja teu nome glorioso para sempre! Que tua glória encha toda a terra. Amém e amém! 20 Terminam aqui as orações de Davi, filho de Jessé.
O salmo é de Salomão, mas o que se diz aqui é que “Terminam aqui as orações de Davi, filho de Jessé”. Por quê?
O editor dos salmos está nos apontando para a descendência de Davi, filho de Jessé e pai de Salomão. Dessa descendência viria o Messias prometido de Israel: Jesus Cristo o Senhor. De fato, tudo neste salmo apontou para Jesus e a vinda de seu reino. Charles Hodge escreveu em sua Teologia Sistemática o que segue:
O Salmo Septuagésimo Segundo contém uma descrição de um rei exaltado e das bênçãos de seu reinado. Essas bênçãos são de tal natureza que provam que o personagem do salmo deve ser uma pessoa divina. (1) Seu reino é para ser eterno. (2) Universal. (3) Ele assegura perfeita paz com Deus e boa vontade entre os homens. (4) Todos os homens devem ser levados a se submeter a ele através do amor. (5) Nele todas as nações da terra devem ser abençoadas… O assunto deste salmo é, portanto, o Redentor do mundo. Jesus Cristo, o Messias prometido de Israel.
ORAÇÃO PELOS GOVERNANTES
Devemos orar e interceder pelos nossos governantes, nos moldes do que lemos aqui neste salmo. Mas jamais devemos nos esquecer que o cumprimento final de tudo de bom e perfeito e abençoador que aqui contemplamos só será estabelecido na vinda do reino dos céus, na segunda vinda de Jesus Cristo. Vivamos e oremos, pois, como segue:
por mais justiça, paz e prosperidade, desde que o SENHOR seja glorificado e nada dessas coisas idolatradas;
por um país justo, pacífico e próspero, mas certos de que neste mundo nós teremos aflições e decepções e sofremos perseguições por causa da justiça;
por mudanças e melhorias, sabendo que as nossas armas não são carnais, mas espirituais: palavra de Deus e joelhos dobrados diante de Deus e caráter cristão diante do mundo (as Bem-aventuranças);
pela vinda do reino de Deus no coração das pessoas através da pregação do evangelho, e que seja feita a vontade de Deus, assim na terra como nos céus, até que venha definitivamente o SENHOR Jesus.