.Os principais sistemas religiosos e tradições espirituais do mundo podem ser classificadas em um pequeno grupo de religiões mundiais, mas não há um critério definido para o termo. A busca por uma definição começou no século XVIII, quando tentou-se observar o nível de civilidade das sociedades humanas ao redor do mundo.
Porcentagem mundial de aderentes por religião, 2015
Cristianismo (31.2%)
Islamismo (24.1%)
Irreligião (16%)
Hinduísmo (15.1%)
Budismo (6.9%)
Religiosidade popular (5.7%)
Outras religiões (0.8%)
Siquismo (0.29%)
Judaísmo (0.18%)
De acordo com The World Factbook, elaborado pela CIA com dados de
2012, os sistemas religiosos e espirituais com maior número de adeptos em
relação a população mundial são: cristianismo (28%); islamismo (22%); hinduísmo (15%); budismo (8,5%); pessoas
sem religião (12%) e outros (14,5%).[3] Estudos
conduzidos pela Pew Research Center em 2009 mostram que,
geralmente, nações mais pobres têm maior proporção
de cidadãos que consideram a religião muito importante do que em nações ricas, com exceção aos Estados
Unidos e Kuwait.[4] A irreligiosidade e
o ateísmo respondem
por 14,27% e 3,97% da população mundial, seguidos pelas religiões étnicas indígenas.
Estas tradições espirituais podem ser também combinadas em
grupos maiores, ou separadas em sub-denominações menores. O cristianismo, islão e
o judaísmo (e
às vezes a Fé Bahá’í) podem ser unidos como religiões abraâmicas. O hinduísmo, budismo, sikhismo e jainismo são
classificados como religiões indianas (ou dármicas).
A religião tradicional chinesa, confucionismo, taoísmo e xintoísmo são
classificados como religiões da Ásia Oriental (ou
taoicas).
História das categorias religiosas
Em culturas ao redor do mundo, tem existido,
tradicionalmente, muitos grupos de crenças religiosas diferentes. Na cultura
indiana, as diferentes filosofias religiosas eram tradicionalmente
respeitadas como diferenças acadêmicas em busca de uma mesma verdade. No islamismo,
o Alcorão menciona
três categorias diferentes: os muçulmanos,
os adeptos do Livro e os adoradores de ídolos. Inicialmente ,
os cristãos tinham uma visão de uma simples dicotomia de
crenças mundiais: a civilidade cristã contra a heresia ou
a barbárie estrangeira.
No século XVIII, foi esclarecido que “heresia” foi um termo criado
para se referir ao judaísmo e ao islamismo, além do paganismo,
isso criou uma classificação de quatro categoria que gerou obras como Nazarenus,
or Jewish, Gentile, and Mahometan Christianity, de John Toland, que
representou a três religiões abraâmicas como diferentes
“nações”
ou seitas dentro
de uma mesma religião: o “verdadeiro monoteísmo“.
Daniel Defoe descreveu as diferenças religiosas da seguinte forma: “A religião é corretamente a adoração dada a Deus, mas isso também é aplicado à adoração de ídolos e de falsas divindades.” Na virada do século XIX, entre 1780 e 1810, a linguagem mudou drasticamente: em vez de “religião”, que é sinônimo de espiritualidade, os autores começaram a usar o plural “religiões” para se referir ao cristianismo e a outras formas de adoração. Uma das primeiras enciclopédias de Hannah Adams, por exemplo, teve seu nome alterado para Um Compêndio Alfabético Das Várias Seitas para Um Dicionário de Todas as Religiões e Denominações Religiosas.[5]
Em 1838, as quatro categorias religiosas de cristianismo,
judaísmo, islamismo e paganismo foram multiplicadas consideravelmente pela
obra Analytical and Comparative View of All Religions Now Extant among
Mankind, de Josias Conder. O trabalho de
Conder ainda adere à classificação de quatro categorias, mas ele reúne muito
trabalho histórico para criar algo parecido com a nossa imagem ocidental
moderna: ele inclui drusos, Yezidis , mandeanos e elamitas em
uma lista de grupos possivelmente monoteístas e,
sob a categoria final de “politeísmo e panteísmo“,
ele lista o zoroastrismo, as “seitas reformadas dos vedas, puranas e tantras”
da Índia,
bem como “idolatria Brahminical“, budismo, jainismo, sikhismo, lamaísmo,
“religião da China e do Japão” e “superstições
iliterárias”.[6]
O significado moderno da expressão “religião
mundial”, que coloca os não cristãos no mesmo nível de cristãos, começou
com o Parlamento Mundial de Religiões realizado
em 1893 em Chicago, Estados
Unidos. O Parlamento impulsionou a criação de uma dúzia de palestras
financiadas pelo setor privado com o intuito de informar as pessoas sobre a
diversidade da experiência religiosa: essas palestras financiaram pesquisadores
como William James, D. T.
Suzuki e Alan Watts, que influenciaram muito a concepção pública
das religiões mundiais.[7]
Na segunda metade do século XX, a categoria de
“religião mundial” foi seriamente questionada, especialmente por
traçar paralelos entre culturas muito diferentes e, criando assim, uma
separação arbitrária entre o religioso e o secular.[8] Mesmo
professores de história têm evitado e desaconselhado o ensino da concepção de
“religiões mundiais” nas escolas.[9] Outros
veem a formação das religiões no contexto do Estado-nação como
uma “invenção de tradições”.
Religiões mundiais
Uma maneira de definir uma grande religião é pelo número de
adeptos atuais. Os números da população religiosa são computados por uma
combinação de relatórios de censos e pesquisas populacionais (em países onde os
dados sobre religião não são coletados no censo como, por exemplo, os Estados
Unidos ou a França), mas os resultados podem variar muito, dependendo da forma
como as perguntas são formuladas, as definições de religião usadas e o viés das
agências ou organizações que realizam tal pesquisa. Religiões informais ou
desorganizados são especialmente difíceis de estimar.[carece de fontes]
Não há consenso entre os pesquisadores quanto a melhor
metodologia para determinar o perfil religioso da população mundial. Uma série
de aspectos fundamentais são importantes, como se essa “cultura religiosa
é historicamente predominante”;[10] se
entram na estimativa apenas aqueles que praticam ativamente uma religião em
particular;[11] se
a estimativa for feita com base no conceito de “adesão”;[12] entre
outros.
Grandes
Categoria religiosa |
Número de adeptos |
Tradição cultural |
Principais regiões |
|
2.000–2.200 |
Predominante no mundo
ocidental (Europa, Américas e Oceania), África subsaariana, Filipinas e Timor-Leste no Sudeste da Ásia. Existem minorias no mundo todo.. |
|||
1.570–1.650 |
Oriente Médio, Norte da África, Ásia
Central, Sul da Ásia, África Ocidental, Arquipélago Malaio, com grandes comunidades
na África Oriental, Bálcãs, Rússia e China (ver islão por país).[16] |
|||
1.100 |
Predominante no mundo
ocidental. Existem minorias ao redor do mundo (ver irreligião por país). |
|||
828–1.000 |
Sul da Ásia, Bali, Maurícia, Fiji, Guiana, Trinidad e Tobago, Suriname e
minorias ao redor do mundo. |
|||
400–500 |
Sul da Ásia, Ásia
Oriental, Sudeste da Ásia, Austrália e
algumas regiões da Rússia. |
|||
600-3.000 |
||||
Religião tradicional chinesa (inclui
o taoísmo e
o confucionismo) |
400-1.000 |
Médias
Categoria religiosa |
Número de adeptos |
Tradição cultural |
Principais regiões |
|
27–65 |
||||
24–28 |
Subcontinente indiano, Australásia, América do Norte, Sudeste da Ásia, Reino
Unido e Europa ocidental. |
|||
15-20 |
Em todo o mundo, mas principalmente no Brasil, Cuba e na Jamaica. |
|||
14–18 |
Israel e ao redor do mundo através da diáspora judaica (maior parte na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia). |
|||
12-19 |
||||
8–12 |
||||
7,6–7,9 |
Dispersa pelo mundo,[30][31] mas
com grandes populações (cerca de 60% dos adeptos da Fé Bahá’í) na Índia, Estados
Unidos, Vietnã, Quênia, República Democrática do Congo, Filipinas, Zâmbia, África
do Sul, Irã e Bolívia[32] |
|||
1–3 |
||||
3 |
||||
2 |
||||
1 |
||||
0,8 |
||||
0,7 |
||||
0,63 |
||||
0,3 |