POSSESSÃO DEMONÍACA

Se a opressão é a presença de demônios em torno da pessoa, a possessão é a presença de um ou mais demônios dentro dela, Mc 5: 9-13.

A opressão opera de fora para dentro, já a possessão, de dentro para fora. É sinal de que o diabo alcançou grande domínio sobre a vida da pessoa.

A Bíblia dá alguns exemplos de pessoas sendo possuídas ou influenciadas por demônios.

Nestes relatos podemos encontrar alguns sintomas de influência demoníaca e também ter entendimento de como um demônio possui alguém.

Seguem-se algumas passagens bíblicas: Mateus 9:32-33; 12:22; 17:18; Marcos 5:1-20; 7:26-30; Lucas 4:33-36; Lucas 22:3; Atos 16:16-18.

Em algumas destas passagens, a possessão demoníaca causa enfermidade física, como inaptidão para falar, sintomas de epilepsia, cegueira, etc.

Em outros casos, faz com que a pessoa faça o mal, e disso Judas é o maior exemplo.

Em Atos 16:16-18 o espírito aparentemente dá à menina escravizada a habilidade de conhecer coisas além de seu próprio entendimento.

No caso do endemoniado da província dos gadarenos, que estava possuído por um grande número de demônios, ele tinha força sobre-humana, vivia nu e tinha sua morada nas sepulturas.

O Rei Saul, depois de se rebelar contra o SENHOR, foi perturbado por um espírito do mal (I Samuel 16:14-15; 18:10-11; 19:9-10), com o efeito aparente de uma depressão e crescente desejo e disposição para matar Davi.

Desta forma, há uma grande variedade de possíveis sintomas de possessão demoníaca, como um dano físico que não possa ser atribuído a nenhum problema fisiológico real, mudanças de personalidade tais como grande depressão ou agressividade fora do normal, força sobrenatural, uma falta de modéstia ou “normal” interação social, e talvez a capacidade de compartilhar informações que ninguém poderia saber naturalmente.

É importante notar que quase todas, se não todas destas características podem ter outras explicações, sendo assim importante que não se rotule cada pessoa deprimida ou epilética como sendo possuída por demônios.

Por outro lado, penso que em nossa cultura ocidental, nós provavelmente não levamos suficientemente a sério o envolvimento satânico na vida das pessoas.

Somando-se a estas características físicas e emocionais, pode-se olhar para atributos espirituais como demonstrando influência demoníaca.

Tais podem incluir uma recusa a perdoar (II Coríntios 2:10-11) e a crença e disseminação de falsas doutrinas, em particular a respeito de Jesus Cristo e Sua obra expiatória (II Coríntios 11:3-4,13-15; I Timóteo 4:1-5; I João 4:1-3).



Há algo que não podemos esquecer. Satanás e seu exército do mal nada podem fazer a ninguém a não ser com a permissão do SENHOR (Jó 1,2).

E sendo este o caso, Satanás, pensando que está conseguindo alcançar seus propósitos, está na verdade alcançando os bons propósitos de Deus… mesmo no caso da traição de Judas.

Algumas pessoas desenvolvem uma fascinação doentia com o oculto e atividade demoníaca. Isto não é sábio e não é bíblico. 

Demônios controlam reações. Quando os demônios não apenas dominam o ambiente, mas passam a controlar uma pessoa, existe um típico caso de possessão.

Em Mc 5: 1-20 há um exemplo disso. O homem andava sempre nu, Lc 8: 27, de noite e de dia clamando entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras.

Espírito, em possessão momentânea do corpo, dele se serve como se fosse o seu próprio: fala pela boca da pessoa, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, alterando a voz, gestos e até a expressão da fisionomia.  

Quando uma pessoa está possessa, ela perde o controle de si mesma. O homem gadareno (Marcos 5) tinha o corpo dominado e usado por demônios, vv. 1-4; perdera a sensibilidade física (não sentia dor, frio, fome), v. 5, bem como o controle das faculdades: voz, ação, locomoção, vv. 6-7.

No entanto, depois de libertado por Jesus, foi encontrado assentado, vestido e em perfeito juízo. Outros casos de possessão demoníaca podem ser vistos em Mc 9: 17-27; Mt 9: 32, 33; 12: 22. Alguns deles estão ligados a enfermidades.

Sinais de endemoniamento

1) Alterações somáticas: mudanças da cor dos olhos, surgimento de estigmas ou outras “inscrições” cutâneas, marcas de fogo, hemorragias inexplicáveis, mudanças bruscas no tom e no timbre da voz etc;

2) Titanismo: força incompatível com o físico da pessoa ou que a leva a executar façanhas como levantar pesos desproporcionais, arremessar grandes móveis ou lançar objetos muito pesados;

3) Levitação: alçar-se do solo sem apoio;

4) Falar em línguas desconhecidas pela pessoa; com frequência, além do mais, são línguas mortas ou arcaicas;

5) Ler pensamentos alheios: demonstrar saber o que o interlocutor está pensando ou sentindo no momento;

6) “Vomitar” objetos que a pessoa não pode ter introduzido em si mesma, como pregos ou pétalas de flores; neste mesmo conceito, acrescentam-se ainda fenômenos como o surgimento “prodigioso” de objetos do nada ou a transformação de objetos em outros diferentes;

Opressão e possessão podem atingir o crente?

A respeito do envolvimento de demônios nas vidas dos cristãos, o apóstolo Pedro é uma ilustração do fato de que um crente pode ser INFLUENCIADO pelo diabo (Mateus 16:23). Alguns se referem aos cristãos que estão sob uma FORTE influência demoníaca como sendo “endemoniado”, mas jamais houve exemplo nas Escrituras de um crente em Cristo sendo POSSUÍDO por um demônio, e a maioria dos teólogos acredita que um cristão NÃO PODE ser possuído porque ele tem o Espírito Santo morando dentro de si (II coríntios 1:22; 5:5; I Coríntios 6:19).

Não nos é revelado exatamente como alguém se abre à possessão. Se o caso de Judas for representativo, ele abriu seu coração ao mal (em seu caso, por ganância – João 12:6).

Então pode ser possível que alguém permita que seu coração seja guiado por algum pecado habitual… e isto se torne um convite para que um demônio nele entre.

Pelas experiências missionárias, a possessão demoníaca também parece estar relacionada à adoração de deuses pagãos e a possessão de objetos de ocultismo.

A Escritura repetidamente relaciona a adoração a ídolos com a real adoração a demônios (Levítico 17:7; Deuteronômio 32:17; Salmos 106:37; I Coríntios 10:20), então não deveria ser surpresa que este envolvimento com tais religiões e práticas a elas associadas possam levar à possessão demoníaca.

Desta forma, creio, baseado nas passagens das Escrituras acima e também em algumas das experiências dos missionários, que muitas pessoas abrem suas vidas ao envolvimento demoníaco através do envolvimento com algum pecado ou através do envolvimento com cultos (consciente ou inconscientemente).

Exemplos incluem imoralidade; abuso de drogas e álcool… pois estes alteram o estado de consciência; rebelião, amargura, meditação transcendental. Em nossa cultura ocidental, vemos um aumento dos ensinamentos de religiões orientais sob a aparência do movimento “nova era”.

Quanto à opressão, o crente deve estar atento, pois o inimigo vai persegui-lo a cada dia, a cada esquina, a cada passo, para tentar derrubá-lo ou desviar de seu propósito de busca de santidade e da consequente comunhão com o Senhor.

Ele anda ao derredor. Apenas ao derredor.

 Quanto à possessão, Ef. 1: 13 diz que o verdadeiro crente é selado com o Espírito Santo e a Palavra também ensina que luz e trevas não têm como coexistir, Jo 8:12; 1:5; 12:46.

O crente tem um só Senhor vivendo em seu coração e dirigindo sua vida. Assim, onde a luz entrou, as trevas desapareceram.

Quando o Espírito Santo entra na vida do cristão, transforma seu caráter e seu estado anterior de trevas, substituindo-os pela luz.

Neste caso, a presença do Espírito Santo no crente, afasta a possibilidade de que as trevas tornem a dominar sua vida material e espiritual, At 26:18.

 Na verdade, nossa batalha contra falhas pessoais e aberturas de brechas para que o inimigo possa atirar uma seta deve ser constante.

Que nossas atitudes e as palavras que proferimos venham a se constituir em bênção a todos, Ef 4: 29; que confessemos a vitória, Fp 4: 3; que vigiemos e oremos em todo tempo, Mc 14: 38; Lc 22: 40.

Maior é o que está em nós.

Deus nos chamou para abençoar a todos indistintamente.

 Abençoar é declarar o bem das pessoas, crendo que Deus endossará as nossas palavras.

Abençoar é clamar a Deus em nosso benefício ou de alguém, Nm 22: 6.

A VITÓRIA EM CRISTO, Fp 3: 12-14

Cristo libertou-nos para que pudéssemos apresentar a Deus, voluntariamente, nossa adoração, reverência, fé, amor e esperança. Jesus nos devolveu a alegria de uma comunhão sincera com Deus. Nosso espírito está livre.

Nossa alma, outrora escravizada pelo inimigo, estava  oprimida, desfalecida. Contudo, agora, liberta por Deus, ela libera:

  a força do seu intelecto. Servimos a Deus com inteligência, Rm 12: 2;

  a força emotiva. Antes, chorávamos de tristeza; agora choramos de alegria pela presença de Jesus, Sl 126: 3;

  a força da memória. Esquecemo-nos do que ficou para trás, prosseguindo para o alvo da nossa vocação, isto é, do chamado por Deus, Fp 3: 13;

  a força da consciência, fazendo tudo para agradar a Deus, de livre e espontânea vontade, 1Jo 3: 22;

 

  a força do seu raciocínio, meditando e agradecendo a Deus pela grande salvação e libertação oferecidas por Jesus Cristo, Hb 2: 3.