“Mas, A Todos Quantos O Receberam, Deu-Lhes O PODER De Serem Feitos FILHOS DE DEUS, Aos Que Creem No Seu Nome; Os Quais Não Nasceram Do Sangue, Nem Da Vontade Da Carne, Nem Da Vontade Do Homem, Mas De Deus.” João 1:12-13
Assim como não tivemos influência alguma sobre o nosso nascimento a este mundo, não podemos fazer nada que causaria o nosso nascimento à família de Deus, nem através de boas obras, nem por invocar uma fé qualquer.
Como o verso acima diz: Deus é quem “nos deu o poder” de acordo com a sua vontade graciosa. “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus” (1 João 3:1).
Por causa disso, o filho de Deus não tem nada do que se orgulhar, mas se vangloria apenas no Senhor (Efésios 2:8-9).
Uma criança cresce e se parece com os seus pais. Igualmente, Deus quer que Seus filhos tornem-se mais e mais como Jesus Cristo. Apesar de que apenas no céu seremos perfeitos, um filho de Deus não vai habitualmente pecar sem se arrepender.
“Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão” (1 João 3:7-10).
Não se engane; um filho de Deus não pode ser “renegado” por pecar. Entretanto, alguém que “pratica” o pecado (quer dizer, consistentemente desfruta do pecado sem se preocupar em viver de uma forma que agrade a Deus) revela que nunca nasceu de novo. Jesus falou a tais pessoas: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhes aos desejos” (João 8:44).
Os filhos de Deus, por outro lado, não mais desejam a gratificação do pecado, mas sim conhecer, amar e glorificar ao seu Pai.
A recompensa de ser um filho de Deus é imensurável.
Como filhos de Deus, fazemos parte de Sua família (a igreja), temos como promessa um lar no céu e recebemos o direito de nos aproximar de Deus em oração como o nosso Pai (Efésios 2:19; 1 Pedro 1:3-6; Romanos 8:15).
Pedro como todos já sabemos tinha um temperamento sanguíneo, mas um coração sincero perante o Senhor.
Tanto é que, junto com João e Tiago, presenciaram os momentos mais marcantes no ministério de Jesus, a saber: A ressurreição da filha de Jairo (Lucas 8:51); a transfiguração (Mateus 17:1) e foram companhia de Jesus no Getsemani, pouco antes de ser levado para crucificação (Marcos 14:33).
Foi dele também a resposta a respeito de quem era o Senhor Jesus (Mateus 16:15 e 16).
Mas apesar disso, ele não conhecia a si mesmo e mesmo em meio a uma afirmação de Jesus de que todos abandonariam, ele segue firme naquilo que ele achava que era (Mateus 26:31-35), mas que posteriormente revelou não ser(Mateus 26: 69-75).
É claro que é valido comentar que apesar da negação de Pedro diante das interpelações do povo se ele era um seguidor de Jesus. Decepcionado com ele mesmo volta-se a seu ofício, até ter seu ministério restaurado, numa conversa à beira do Mar de Tiberíades (João 21:1-18).
João Batista, que era oriundo uma família sacerdotal, tanto da parte pai, como pela parte da mãe (João 1:5).
Poderia seguir sua “herança” sacerdotal, podendo permanecer numa vida religiosa e ritualística, cumprindo o seu sacerdócio como o de seu pai Zacarias, nos turnos que ocorriam duas vezes ao ano, que era o costume da época (João 1:8).
Mas não, ele vai para o deserto pregar o arrependimento e a conversão, preparando o caminho para o Senhor.
Proporcionando-nos assim, um exemplo de homem que sabia quem era e de seu propósito neste mundo.
Tanto é, que quando questionado pelos sacerdotes e levitas a respeito de quem era, a sua resposta traz uma mistura da sua identidade (João 1:19-28), com o seu propósito.
Olhando para a vida e como foram relevantes nos seus ministérios, devemos refletir a respeito da nossa filiação divina.
Nós, como filhos, temos a nossa identidade reconhecida perante as trevas.
“Se você é filho então se jogue porque os anjos receberão ordem para te guardarem” (Lc 4:9b-11), disse satanás.
Não precisamos provar nada para ninguém a respeito da nossa identidade de filho.
Apenas devemos viver em primeiro lugar crendo que Ele é o “EU SOU”, ou seja, se o nosso coração permanecer nEle, podemos viver uma vida tranquila. Essa tranquilidade se justifica porque somos muito mais do que passarinhos ou lírios dos campos, que Ele cuida (Mateus 6:25-34).
Se ele não poupou o Seu próprio filho, o que Ele tinha de mais precioso, para nos reconciliar com Ele mesmo, não nos dará todas as demais coisas que necessitamos e que são infinitamente menores que a vida de Seu filho? (2ª Coríntios 5:18,19 e 21; Romanos 5:10 e 11; Lucas 5:11).
Por isso quando Moises questiona Deus, como deveria apresentar a quem o havia chamado, Deus responde apenas “EU SOU O QUE SOU”, ou seja, a sua fidelidade seria com Israel, com o Seu povo, o mesmo que foi com seus pais; e seria com os filhos deles, o mesmo que estava para ser com eles.
O amor e a fidelidade não mudam. O “EU SOU” não se define ou muda com o tempo ou com as circunstâncias, Ele permanece o mesmo de eternidade a eternidade (Êxodo 3:14; Lamentações 3:23 e 24).
Por isso em meio a tanta correria que envolve o nosso dia, satanás quer que nos esqueçamos desta profunda verdade.
Porque esse é o principal aspecto de nossa identidade em Deus e nos dá uma legalidade positiva de vivermos um dia após o outro buscando as coisas do alto, sem andarmos ansioso com nada (2º Pedro 1:3-8; Mateus 6:24-34).
É como se Deus dissesse assim: “Se preocupem com as minhas coisas e auxilie na minha seara e eu cuido das suas necessidades” (Salmos 37:3 e 4).
Mas para trabalhar na seara é preciso ser sal e luz (Mateus 5:13-16).
O sal tem utilidade tanto como conservante para alimentos, como também é um intensificador do sabor.
É bastante claro que o sentido para o sal aqui era na preservação do alimento.
Pois o sal puro, não poderia perder o seu valor e a sua eficácia, se contaminando com outros tipos de minerais, como era comum com o sal encontrado no Mar Morto, sendo este comumente jogado no chão para formar as trilhas no meio da vegetação.
Assim também nós, não podemos nos deixar contaminar com aquilo que não provem do alto.
A luz tem algo interessante, por menor que seja ela penetra os lugares sombrios, trazendo a verdade a tona.
Aquele que tem a identidade de filho, leva uma vida piedosa, dando testemunho de forma convincente do poder salvador de Deus em sua vida e com isso as suas obras glorifiquem a Deus (1ª Pedro 2:12).
Ser luz no mundo é uma consequência de uma vida de quem busca a cada dia ser mais semelhante ao Senhor Jesus.
Neste texto (Mateus 5:14-16) Jesus usa duas coisas que são tão perceptíveis ao olhos que não precisa nem serem mostradas para chamar atenção, são por si só óbvias.
Uma cidade sobre o monte naquela época certamente era visível à distância e até mesmo em noites de pouca luz, porque além de estar num lugar mais alto, certamente tinham tochas que iluminavam a cidade.
Assim é o lampião que iluminava a casa e a toda família e não era guardado em nenhuma vasilha.
Aqui quero lhe atentar a duas coisas: A primeira é, assim como a cidade iluminada trazia orientação para os que estavam fora.
Da mesma forma devemos ser, levando o nosso testemunho ao mundo, através das nossas atitudes (1ª Pedro 2:12).
Mas não podemos esquecer que assim como lampião trazia luz para os que estavam dentro de casa.
Devemos ser luz entre quatro paredes, com as nossas esposas, maridos e filhos.
Devemos ser luz dentro do nosso lar (Josué 24:15).
Porque tanto um quanto com o outro, o Senhor é glorificado por meio da sua vida.
Quando Deus no Éden fala que somos feitos a imagem e semelhança dEle, o Senhor se referia ao nosso caráter, a nossa forma de proceder, com capacidade de raciocinar, intelecto, vontade e sentimento (Gênesis 1:26; Gênesis 3:22).
Mas quando o pecado entrou por Adão, esse caráter ficou corrompido e inclinado ao pecado e as paixões deste mundo (Gênesis 3:5-7; Gênesis 8:21; Romanos 5: 12-15; Romanos 7:18-24).
Mas na cruz, o Senhor Jesus pregou o escrito de dívida (Colossenses 2:13-15), a promissória do pecado que satanás tinha contra nós (Romanos 6:23) e nos resgatou das trevas para o reino do filho do seu amor (Colossense 1:13 e 14).
Por que digo isso? Porque a morte de Jesus e o reconhecimento do seu sacrifício por nós, não apenas servem para nos libertar das garras do diabo, mas para nos fazer progredir no Senhor e buscar uma vida em santidade (1ª Tessalonicenses 3:13; 1ª Tessalonicenses 4:1-5).
Desejar a cada dia mais ser parecidos com Ele, em mansidão e humildade (Mateus 11:29); ser santo, como Ele é santo (1ª Pedro 1:15 e 16).
Quanto mais andamos com Ele, mais os traços do Galileu têm em nós.
A salvação tira o homem do mundo, mas a santificação tira o mundo do homem, ou seja, procure com ajuda do Espirito Santo, e Ele o guiará (Romanos 8:13-14), porque vem dEle o poder para testemunhar a vida de Jesus em nossas vidas (2ª Coríntios 12:9 e10; Atos 1:8).
Por isso gosto muito de uma frase de outro teólogo inglês chamado John Owen, que diz: “O Senhor Jesus não leva para o céu ninguém que Ele não tenha santificado na terra. Esta Cabeça viva [Jesus] não admite membros mortos”.
Seria algo como Paulo disse em sua carta a igreja de Corinto: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que eu tendo pregado a outros, não venha eu mesmo ser reprovado” (1ª Coríntios 9:27).
É claro que, não somos perfeitos, mas devemos buscar ser aperfeiçoados diariamente (Filipenses 1:6).
Por isso, não é voz do mundo, e aqui incluo principalmente os dardos do maligno, que irá dizer quem você é.
Somente o Pai, o “EU SOU”, o Aba, pode lhe dizer quem você é.
Muitos de nós, temos perdido o entendimento do que é ser filho e juntamente com isso, a sua legalidade positiva.
Na verdade, satanás teme quanto compreendemos a profundidade desta realidade espiritual.
Pois a mesma no faz entender que nós é concedido poder para conquistar e para sobrepujar as trevas, sendo uma igreja que avança contra as portas do inferno.
O poder Deus opera em nós e por meio de nós que somos seus filhos!