“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.” (Gál 5.16)
Ao tratar das bases que permitem o correto relacionamento com Deus, precisamos estar atentos, que não adianta apenas ter fé, ou conhecer bem a palavra de Deus.
O que vai estabelecer a verdadeira conexão, utilizando a nossa fé, e tendo como combustível a palavra de Deus em nós, é o Espírito Santo.
Para isso, precisamos, abrir mão de todos os nossos controles pessoais, achismos e intenções da nossa carne, para nos submetermos à vontade plena e soberana do Espírito Santo.
Porque somente Ele nos orientará ao verdadeiro propósito de Deus em nossas vidas.
Mateus 6:10 Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
Romanos 12:2 E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
Lemos em Mateus 4.1 que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo Diabo.
Era de se imaginar que Jesus não precisasse ser orientado por outra pessoa. Entretanto, precisava.
Ao descer da sua glória, Ele abriu mão de suas prerrogativas divinas, incluindo sua onisciência, para se tornar semelhante a nós.
Estando na condição humana, Cristo não sabia de todas as coisas (Mc.13.32).
Por isso Jesus precisava ser conduzido pelo Espírito Santo.
Se Jesus precisou, quanto mais nós! Afinal, todos os filhos de Deus precisam e devem ser guiados por ele (Rm.8.14).
Jesus nos deu, portanto, valioso exemplo nesse sentido. Se o Mestre, sendo quem é, não viveu de modo independente, muito menos nós poderíamos viver.
A bíblia fala sobre dois modos de vida através das expressões: “andar segundo a carne” e “andar em Espírito” (Gl.5.16; Rm.8.1).
Andar na carne é viver de acordo com os desejos carnais, conduzindo a si mesmo segundo os preceitos humanos e mundanos (ICor.3.3).
Andar em Espírito é ser levado pelo Espírito Santo. É andar com Deus como Enoque andou (Gn 5.24).
“E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.” (Atos 16.6)
Ser guiado pelo espírito Santo envolve tudo na sua vida, até questões que aparentemente são boas.
Paulo por exemplo, foi impedido pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia. Como pregar o evangelho pode parecer algo errado?
Exatamente quando estamos no lugar onde Deus não quer que estejamos.
Queremos que Deus ande conosco, mas o que precisamos é andar com ele, e isso é totalmente diferente.
Queremos que Deus nos acompanhe, mas devia ser o contrário.
Se andamos com o Senhor, vamos para onde Ele quer.
Nós é que somos os seguidores, e seguidor não escolhe a direção, escolhe apenas a quem seguir.
Queremos que o Espírito Santo nos leve, desde que seja para o lugar que nós apontamos. Assim não está certo.
Escolhemos um emprego e queremos que Deus nos coloque lá de qualquer jeito, quando deveríamos pedir que, antes de tudo, a sua vontade fosse feita e não a nossa (Mt.6.10; Mt.26.39).
Fazemos planos e queremos determinar que Deus os realize. Assim, estamos tentando levar o Senhor para andar nos nossos caminhos.
Portanto, devemos reavaliar o que passa no nosso coração quando vamor orar a Deus. Porque muitas pessoas oram apenas para apresentar a Deus o que deseja que Deus realize para elas.
Ele pode até realizar alguns dos nossos sonhos e desejos, mas a nossa atitude deve ser de submissão, permitindo que ele nos conduza por onde ele desejar.
“Guia-me pelas veredas da justiça, por amor do teu nome” (Salmo 23.3).
Pois, o que verdadeiramente importa numa relação com Deus não é impor a Deus a nossa vontade, mas sim, buscar a Deus para ouvir o que Ele tem para nossa vida.
E na dependência do Espírito Santo, sermos guiados por Ele, para que esse propósito se realize de forma plena.
Para onde o Espírito Santo nos levará?
Para os lugares determinados pelo Pai.
Ele levou Jesus ao deserto e não a um passeio turístico.
Gostaríamos que o Espírito Santo nos levasse apenas a lugares agradáveis, mas ele certamente nos levará a lugares necessários, a situações e experiências diversas, que podem ser aprazíveis ou não.
A vida do cristão tem fases difíceis, mas que só ocorrem por um propósito de Deus, contribuindo para o nosso bem e crescimento espiritual.
A Bíblia nos ensina que “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Romanos 8:14).
Deus nos ama incondicionalmente e compreende a nossa necessidade de direcionamento.
Por isso, ele não nos deixou órfãos e nem perdidos, sem qualquer fonte para nos guiar, pelo contrário, ele preparou diversas formas de nos orientar.
“A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho.” (Salmo 119:105)
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17)
Como podemos ser guiados por ele? Como alguém pode conhecer e realizar a vontade do Senhor?
Vejamos alguns parâmetros gerais sobre decisões e escolhas:
Não precisamos ficar buscando a vontade de Deus para coisas pequenas do dia-a-dia, pois isso pode se tornar uma mania, uma neurose, impedindo-nos de agir.
Por exemplo, não é preciso orar para ir à padaria, nem perguntar ao Senhor a cor da roupa que devemos comprar. Deus nos deu capacidade e liberdade para resolver essas pequenas questões.
Entretanto, existem decisões em nossas vidas que são muito importantes, pois mudam completamente o rumo da nossa história.
A escolha do curso superior, da profissão, do emprego, do cônjuge, são apenas alguns exemplos de decisões muito sérias.
Decidir sobre um namoro pode parecer algo de pouca importância, mas, considerando que o mesmo pode conduzir ao casamento, é necessário que a questão seja examinada com seriedade.
Nessas horas, precisamos de uma direção segura, pois as conseqüências, boas ou más, podem ser irreversíveis.
Temos liberdade de escolha, mas só Deus pode nos mostrar a melhor opção.
Somos semelhantes ao motorista numa rodovia, que precisa decidir corretamente diante das encruzilhadas e trevos, pois o retorno pode ser muito difícil e distante.
Em algumas situações da vida, não há como voltar. É imprescindível, termos uma relação profunda com o Espírito Santo e, aprendamos a ver e entender os sinais que nos ajudarão a andar no melhor caminho.
“Que a paz de Deus seja o juiz [atuar como árbitro, dirigir, controlar, ordenar] em seu coração.” (Colossenses 3:15a)
Quando você estiver diante de uma situação em que precisa tomar uma decisão, aprenda a compreender a instrução do Espírito Santo testificando ao seu espírito.
Quanto mais você pensar sobre a decisão que pretende tomar, duas situações poderão ocorrer:
Você sentirá um desconforto no seu espírito (falta de sossego, sensação de alerta, como se fosse um sinal vermelho ou aviso de pare)
ou então uma paz (como se fosse uma luz verde indicando que você pode seguir em frente).
Quanto mais você obedecer aos comandos, mais forte e evidente será o testemunho interior.
Por outro lado, quanto menos você obedecê-lo, mais fraco e difícil de compreender será.
Como descobrir a direção certa?
– Bom senso, inteligência e conhecimento são importantes e úteis, mas podem não ser suficientes.
Use sua capacidade intelectual, mas não se apóie totalmente nela. Por mais conhecimento que possamos adquirir, não seremos oniscientes ou prescientes.
Portanto, somos dependentes da direção do Espírito Santo de Deus.
“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).*
– Ouça a voz da consciência, mostrando o que é certo e o que é errado. Entretanto, isto não é tudo.
Se vamos fazer ou deixar de fazer alguma coisa, não é apenas por se tratar de algo certo ou errado, mas por estar ou não de acordo com a vontade de Deus para nós.
Podemos estar diante de duas opções certas, porém existe uma melhor que a outra. Precisamos da direção divina para escolher bem.
– Se relacione com Deus com um propósito certo: Entregue a vida a Deus, e peça a ele orientação, direção e revelação do Seu desejo e propósito, o qual você seguirá. (Salmo 37.5).
Um filho que se recusa a pedir o conselho dos pais age como se fosse órfão.
Quando tomamos decisões sem orar, a responsabilidade é toda nossa. Quando oramos, dividimos a responsabilidade com Deus.
O Senhor responde de várias formas. Podemos ouvir a sua voz diretamente, mas ele nos fala também através da Palavra de Deus, usando os seus profetas que Ele coloca á nossa volta.
– Conheça a Palavra de Deus e siga os seus princípios. Não se trata de imitar os personagens nem de encontrar decisões prontas.
A palavra que será revelada pela direção do Espírito Santo será de acordo com a justiça, a verdade, a fé, a misericórdia e a bondade de Deus, e se cuprirá.
Por outro lado, se você sabe que a bíblia proíbe algo, não adianta orar e pedir direção de Deus sobre o assunto.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. (Fp.4.8). Creio que essa lista de valores deve ser também a base para as nossas decisões e escolhas.
Quando ouvimos claramente a voz do Espírito Santo, ele pode nos guiar através de uma convicção interior que produz paz em nossos corações.
– Deus, também, nos guia também por meio das circunstâncias. Vemos isso na história de José do Egito.
Ele teve sonhos proféticos e depois foi conduzido silenciosamente através de fatos diversos que o levaram ao palácio de Faraó.
Quando Deus se cala, devemos apenas confiar nele.
Se, em algum momento, não houver direção, não houver certeza, talvez seja melhor não sair do lugar. Nesse caso, se a decisão puder ser adiada, que seja, mas não por preguiça, medo, negligência ou covardia.
Quando Israel viajava pelo deserto, havia uma nuvem que o guiava (Num.9.15-23).
Se a nuvem estivesse parada, o povo deveria permanecer naquele lugar.
Existem momentos em que devemos esperar, e permanecer firmes na nossa relação em adoração a Ele, com paciência, até que recebamos uma ordem, uma orientação ou um sinal.
Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, mas ele não ficaria ali para sempre.
O deserto pode ser uma passagem, mas não uma morada.
Depois, Cristo voltou para a cidade e foi exercer seu ministério. Queremos fazer a obra de Deus com êxito e vitória?
Precisamos em todas as situações sermos conduzidos pelo Espírito Santo,*
pois somente assim teremos autoridade contra as obras do mal nesta terra, e viveremos a plenitude da vontade de Deus sobre a nossa vida, em Nome de Jesus, Amem!