“Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”. Efésios 4.31,32
Benignidade é a qualidade de quem é benigno, ou seja, dotado de características boas, como a generosidade, a bondade e a benevolência.
A benignidade é uma característica Divina (Salmos 36.5-10).
Deus é benigno, porque tudo que faz é bom (Gênesis 1.31).
Sendo a fonte de todo o bem (Tiago 1.17).
A palavra original no grego bíblico é chréstotés (χρηστότης), que pode ser traduzido por gentileza, ter uma bondade moral e integridade.
A palavra tem a mesma origem do Nome Cristo.
Ser gentil com as pessoas é uma marca do caráter cristão.
A benignidade como fruto do Espírito Santo (Gálatas 5.22), é algo que bem de Deus para nossas vidas, mas que devemos demonstrar em relação ao nosso próximo.
Pessoas que estão ao nosso redor nos testam para ver se o que há dentro de nós é bom ou ruim.
Dependendo do que sai de nossos lábios (Lucas 6.45) ou nossas ações, mostramos benignidade ou maldade.
A benignidade é um fruto que atraí o ser humano e é uma ótima estratégia para ganhar almas.
Pois quem resiste a uma pessoa suave e amável que traz em si palavras doces e gestos de carinho e amor?
Pode até resistir a um tempo, ou dois, mas no terceiro há de se entregar.
Uma pessoa com esse fruto não apresenta uma índole grave, porque tem dentro de si uma afabilidade própria que é natural, verdadeira e livre na demonstração de seu comportamento diante dos outros.
É algo que já faz parte do seu ser. Não é forçado e momentâneo.
Pois quando é forçado, constata que a pessoa não possuí o fruto da benignidade mas está com uma máscara de “amável cristão”
porém, por dentro de si, ainda se faz presente as raízes antigas de amargura, onde a qualquer momento acabará transparecendo para os que convivem com ela.
O benigno possuí uma educação sobrenatural vinda diretamente do trono de Deus pelo mover do Espírito Santo dentro do seu ser, tem um caráter de excelência e usa de gentileza e amabilidade com todos.
É uma pessoa que favorece as outras tendo nisso o seu prazer.
“Amai-vos uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. (Romanos 12:10)
Há pessoas que dizem: “Eu sou de Jesus, sou sincero(a), o que tenho para falar, falo na cara não sou falso, ou hipócrita.”
isso é até aceitável, e devemos ser mesmo, verdadeiros com todos porque a bíblia nos ensina que o amor seja verdadeiro e não fingido,
mas o fato de sermos verdadeiros e de Jesus, não nos dá o direito de sermos amargos, mal educados e afrontadores de nosso amigo, irmão, parente ou quem quer que seja.
Mateus 23.27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.
28. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.
Verdade e sinceridade não
são sinônimos de amargura e falta de educação.
Jesus quando proclamava a verdade, ele a transmitia de uma forma tão singela e agradável que a pessoa que o ouvia se sentia constrangida de não atender e não aceitar a tão grande verdade revelada, e com tanta simplicidade.
E ainda que houvesse os que não aceitassem, porém havia nessas pessoas, um reconhecimento de que em Jesus, existia algo de diferente. Sabe porquê?
Porque Ele repreendia, exortava, com amor.
A visão de Cristo é resgatar vidas e não de envergonhá-las em seus erros.
“Com amor eterno eu te amei, por isso, com benignidade te atraí”. (Jeremias 31:3)
Jesus NUNCA humilhou ninguém. A benignidade é parte integrante de seu caráter.
Em toda sua trajetória aqui na terra, Cristo nunca deixou de falar a verdade porque Ele é a verdade, e através dessa conduta,
ELE traz o ser humano a uma auto análise nos fazendo verificar que não somos perfeitos, que possuímos erros e que precisamos estar em um constante processo de restauração com o auxílio de Deus.
Ele é o oleiro celestial, e nós, vasos de barro em suas mãos.
O AMOR é o pilar de todas as coisas no Reino de Deus.
Para que tudo se faça, é necessário amor.
Tudo se inicia nele e termina nele, no amor.
Porque Deus é Amor.
Como ser benigno com as pessoas?
Vamos meditar sobre características da Benignidade:
1- Benignidade é sentir o bem:
Mateus 5.8 “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”.
O amor de Deus “não se ressente do mal” (I Coríntios 13.5), mas sente o que é bom.
Saber avaliar todas as coisas e reter apenas o que é bom (I Tessalonicenses 5.21), pensando somente coisas boas que edificam (Filipenses 4.8).
O que limpa o coração?
a) Arrependimento:
Tiago 4.8 “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração”.
Quando nos arrependemos dos nossos pecados, somos limpos de todo mal (I João 1.7).
Se arrependemos de fazer algo, não voltamos a fazer novamente.
b) Sangue de Jesus:
Hebreus 9.14 “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”.
Jesus é o único que pode limpar o nosso coração, nos lavando com o seu sangue (I João 1.9).
Depois de lavados por Jesus precisamos manter limpo o nosso coração (Mateus 12.43-45).
Para aprender a sentir o bem, precisamos arrepender de nossas maldades e clamar o perdão de Jesus que nos lava com seu sangue perdoador.
Aprenda a sentir o bem!
2- Benignidade é desejar o bem:
Lucas 6.35 “Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus”.
Além de sentir o bem, a benignidade nos ajuda a desejar o bem para as pessoas.
O verdadeiro amor deseja o bem até para quem não merece.
Nenhum de nós somos merecedores do amor de Deus e mesmo assim Deus nos ama (Romanos 5.8).
Muitas pessoas desejam o mal ao seu próximo e isso aborrece a Deus.
Como desejar o bem?
a) Amando:
I Coríntios 13.4,5 “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal”.
Re-sentir o mal é continuar sentindo uma dor que já passou.
Quem é benigno sente que o bem é mais forte do que o mal.
Quem ama só quer o bem e por isso deixa todo mal para ficar com o que é bom.
O amor de Deus é incondicional e não como o amor deste mundo.
b) Não julgar:
Lucas 6.37 “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados”.
O cristão deve ter discernimento espiritual para separar o que é bom do que não é, pois “ao justo, nasce luz nas trevas; ele é benigno,
misericordioso e justo” (Salmos 112.4), mas sabe que não pode julgar as pessoas para não cometer injustiça (Mateus 7.1-5).
Para a prender a desejar o bem, precisamos receber o amor de Deus, aprendendo amar também o nosso próximo (Marcos 12.30).
Também não podemos julgar as pessoas, pois não somos juízes (Tiago 4.11).
Aprenda a desejar o bem!
3- Benignidade é o oposto de malícia:
I Coríntios 14.20 “Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos”.
A malícia é um comportamento mundano (Romanos 1.29), que tínhamos em nossa velha vida antes de conhecer a Cristo (Tito 3.3),
mas depois de convertidos, nascidos de novo, devemos ser diferentes (Efésios 4.31).
Somos livres, mas não podemos ser maliciosos (I Pedro 2.16).
Como evitar a malícia?
a) Oração:
Mateus 6.13 “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!”.
Jesus ensinou orar pedindo para que Deus nos livre do mal, mas o maior perigo deste mal é quando entra em nós e nos tornamos maus por retribuir a maldade ao próximo (I Tessalonicenses 5.15).
Por isso, precisamos orar pedindo a Deus que tire de nós todo mal semeado em nosso coração (Mateus 13.25-40).
b) Olhar com bons olhos:
Lucas 11.34 “São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas”.
A malícia faz a pessoa olhar com maldade tudo o que vê colocando um defeito ou pensando que tem algo de errado.
Por isso, precisamos que Jesus cure nossos olhos espirituais para enxergarmos o que é bom de forma destacada e não fitarmos o que é ruim (Efésios 1.18).
Para evitar a malícia, devemos orar pedindo que Jesus tire de nós todo mal implantando pelo mundo e curados por Cristo podemos aprender a olhar com bons olhos, sem malícia ou sem pensar nada de mal.
CONCLUSÃO:
Provérbios 20.6 “Muitos proclamam a sua própria benignidade; mas o homem fidedigno, quem o achará?”.
Querer o bem é uma decisão que devemos tomar.
A partir do momento que você decide pelo bem, o mal não importa mais para você.
Passe a valorizar o que é bom e o que for ruim não te incomodará tanto, pois terá algo muito melhor e maior.
O mal está por todo lado, então não deixe que entre em seu coração.
Devemos tomar cuidado para não se vangloriar do seu próprio bem, como Jesus falou do fariseu e do publicano (Lucas 18.10-14).
Quem é bom não precisa se mostrar, pois Deus sabe que todos somos pecadores.
Seja Benigno, seja bom, seja do bem!
Portanto:
“Não difamem a ninguém; nem sejam polêmicos, mas pacíficos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens, pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Quando porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos 5. não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo,. que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. Fiel é esta palavra, e quero que a proclames com firmeza para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras. Essas coisas são boas e proveitosas aos homens”. (Tito 3: 2-8)
Seja assim o seu caráter, aplicando-se totalmente a ser o bom perfume de Cristo, em Nome de Jesus Amém!