Efésios 3, 16:19 – Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.
Quando falamos de relacionamento com Deus*, e na *expressão do Espírito Santo em nós, não podemos deixar de falar do maior dom de todos, o dom do AMOR, como fruto do Espírito em nossa vida.
O amor na bíblia é algo muito mais amplo, profundo, real e sincero do que o apresentado na literatura, no mundo, nas filosofias, na ficção, enfim.
A manifestação do amor de Deus
A Bíblia fala do amor de Deus para com todos os homens, indicando sua preocupação com as suas criaturas. Isso indica a bondade que o Criador sente para com suas criaturas.
Sob esse aspecto, Ele ama os povos, guarda os peregrinos e ampara os órfãos e as viúvas (Deuteronômio 10:18; 33:3 Salmos 68:5; 146:9).
Esse cuidado de Deus é comum a todas as pessoas.
Isso significa que Ele é bom para todos, por isso Ele faz com que o sol se levante sobre maus e bons, e a chuva caia sobre justos e injustos (Mateus 5:45; Salmos 145:9,15,16).
No entanto, a Bíblia também enfatiza que Cristo é a manifestação especial e particular do amor de Deus (João 3:16; Romanos 5:8; 8:31-39).
O apóstolo Paulo escreve que “Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, ainda quando estávamos mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2:4-6).
Portanto, ao mesmo tempo em que Deus ama todas as suas criaturas, Ele também ama de forma especial aqueles que são justificados pelos méritos de Cristo, e adotados em sua família como seus filhos.
A estes, Ele se comunica de forma mais rica e completa, revelando sua graça e misericórdia (João 16:27; Romanos 5:8; 1 João 3:1).
Todavia, é preciso entender que o sacrifício de Cristo no Calvário não é a causa do amor de Deus para conosco.
A morte na cruz de Cristo é o efeito desse amor.
Lembre-se que a maior prova do amor de Deus para conosco é o fato de Cristo ter morrido por nós, quando ainda estávamos sepultados em nossos pecados (Romanos 5:8).
Deus não passou a amar os redimidos no momento em que Cristo foi crucificado, ao contrário, Ele ama o seu povo desde a eternidade.
Dessa forma a obra redentora de Cristo revela esse profundo e eterno amor (Efésios 1).
Também é importante entender que o amor de Deus, como parte essencial do seu ser, não deve ser visto como sendo superior aos seus outros atributos.
Ele não é mais amor do que justiça, por exemplo:
Algumas pessoas
am apenas o amor de Deus e acabam diminuindo sua santidade, sua justiça, sua santa ira, sua soberania etc.
O resultado disso é uma visão distorcida que de forma alguma representa o verdadeiro Deus conforme revelado nas Escrituras.
O nosso Deus e Pai, por amor, tem o prazer em nos abençoar, contudo o seu maior desejo é que sejamos discípulos de Cristo e assim transformando-nos pela ação do Espírito Santo em nós a cada dia a semelhança de Jesus, essa é a segunda obra da graça (a primeira é quando alguém confessa Jesus como Salvador) até que seja Dia Perfeito.
O amor também revelado no cuidado em “derramar” o Espírito Santo sobre o ser humano (João 4.16-17), fazendo-nos, a todo aquele que “aceita e confessa Jesus” como Senhor e Salvador, sua habitação (1ª Coríntios 6.18-19).
O amor é um ato de vontade, exige fazer, é fruto do Espírito Santo e exige ser.
Quais os Tipos de Amor?
A palavra em português não apresenta a totalidade do sentido de algumas passagens bíblicas devido a limitação da língua.
Para expandir os nossos horizontes precisamos conhecer ao menos, as expressões mais importantes do grego antigo, língua na qual o Novo Testamento foi escrito:
Érōs de Eros (ἔρως) – amor romântico ou de natureza sexual.
É intenso e poderoso. Salomão chega a dizer que ele é forte como a morte (Cânticos 8.6)
Philos de Philia (φιλία) – é um amor expansivo, mais voltado para descrever relacionamentos com familiares e amigos.
Embora tenha essa natureza, ele demonstra lealdade e compromisso.
Stérgō (στοργή) – amor natural, aquele que existe de pais para filhos.
Normalmente essa expressão é utilizada para representar o afeto familiar.
Agápē de Ágape (ἀγάπη) – Amor que se doa, incondicional.
O amor ágape é aquele tipo de amor que não busca seus próprios interesses, é um amor desinteressado, puro e genuíno.
O amor ágape não esmorece, mas é constante e permanece forte até às últimas consequências, é um tipo de amor invencível, capaz de amar o mais indigno dos homens.
Assim, o amor ágape não é apenas um mero sentimento ou emoção, mas uma entrega voluntária e pessoal que conduz a plena submissão.
Por todo o Novo Testamento os verdadeiros cristãos são exortados a demonstrar o amor ágape, isto é, amar como Cristo amou (Jo 13:24).
Em 1 Coríntios 13 encontramos a mais detalhada definição do que é o amor ágape nos relacionamentos humanos, escrita pelo apóstolo Paulo.
Para o apóstolo, o amor ágape é paciente, benigno, não é invejoso, não é leviano e não se ensoberbece.
Também não é indecente, não é egoísta, não suspeita mal e nem se alegra com a justiça.
Então o apóstolo conclui dizendo que esse tipo de amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta”, e ressalta a sua supremacia (1Cro 13:4-7).
Obviamente que quando lemos tal definição do que é o amor ágape, nos deparamos com uma clara sensação de que somos impotentes em demonstrar e sentir tamanho amor.
De fato, por nossa própria natureza, realmente somos.
É por isso que em Gálatas 5:22 entendemos que esse tipo de amor não provém de nós mesmos, mas é gerado em nós pelo Espírito Santo como uma das virtudes que compõem o que o apóstolo chama de “fruto do Espírito“, e que revela o caráter cristão daqueles que são verdadeiramente seguidores de Cristo.
Resumindo, o amor ágape tem origem em Deus, que o comunica aqueles que são Seus, e estes o refletem em suas vidas, de modo que esse amor acaba retornando a Ele.
“Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Rm 8:38-39
O amor é uma obra divina em nós. O amor, certamente não é natural ao homem.
Nós amamos, pois Ele nos amou primeiro. Ele nos amou primeiro!
Nosso amor por Ele é a “consequência justa” de Seu amor por nós.
E o amor de Deus por nós se personifica perfeitamente em Cristo Jesus.
Se quisermos saber o padrão de Deus para o amor, basta tão somente que olhemos para a vida dEle, como descrita nos evangelhos, e veremos perfeitamente o amor a nós exemplificado e declarado.
O amor é irradiado em tudo o que Cristo fez.
O Senhor Jesus diz: ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’.
Ou seja, Deus deve ter a plenitude de pelo menos duas áreas da nossa vida:
Existência natural – Deus, o seu Reino e justiça devem ser o seu maior anseio e prioridade já aqui nesta Terra. Nada, nem ninguém pode disputar esse lugar de primazia com Ele.
Existência espiritual – Não devemos olhar para mais ninguém com o objetivo de obter respostas acerca das coisas espirituais. Não há nenhuma divindade, entidade, conhecimento, ensino, ou o que quer que seja, capaz de suprir essa necessidade.
Somente Deus, o Pai de Jesus Cristo deve receber de nós culto, reverência, devoção, adoração.
Cristo é a personificação do amor do Pai. Cristo é o dom do amor (1ª Cor 13):Cristo era o Amor e andava em amor, como Paulo nos diz em Efésios:
“E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Efésios 5:2).
O amor, em última análise, é a maior de todas as graças.
Porque ele é o único que “perdurará” até o fim. O amor nunca morrerá, ele é eterno.
O céu será a morada do amor. O amor continuará existindo e florescendo quando a obra da fé estiver terminada.
Deem graças ao Senhor, porque ele é bom e o seu amor dura para sempre (Sl 136:2). Seu amor é eterno, Cristo é eterno!
Cristo é nosso exemplo de amor. E Ele nos mostra, e nos diz, que o amor não é só sentimento, é ação, é escolha!
Tudo que formos fazer, façamos em amor “ (1ª Cor 16:14), e procuremos nos revestir no amor, que é o vínculo da perfeição (Cl 3:14).
Sejamos imitadores de Cristo (1ª Cor 11:1) também no amor. Cristo é amor; e quanto mais o Seu povo ama, quanto mais se parecem com Ele, mais parecidos com o seu Pai no céu eles serão.
É Cristo que nos dá o mandamento de amor:
“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
Como o Espírito Santo Produz amor?
O Espírito Santo é Deus. Ele tem o poder de criar amor em nosso coração da maneira que Lhe agrada.
Então, por que o Espírito Santo cria amor tão somente por meio de nossa fé consciente nas promessas de Jesus?
Isto é o que Ele faz. De acordo com Gálatas 5.22, “o fruto do Espírito é: amor”.
Por conseguinte, é claro que o Espírito Santo é Aquele que produz amor genuíno em nosso coração.
Paulo indaga retoricamente:
“Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”
Em outras palavras, a poderosa obra do Espírito em nosso coração não resulta de obras da lei, e sim de ouvirmos com fé.
Assim, a maneira pela qual a fé e o Espírito se combinam para produzir o amor é que o Espírito realiza os seus milagres (incluindo o amor) por meio da fé.
Quando exercemos fé, o Espírito Santo está fluindo no canal dessa fé com o poder que produz o amor.
Sejamos mais exatos. A Bíblia afirma que o Espírito Santo realiza milagres por meio da “pregação da fé”.
Em outras palavras, a fé por meio da qual o Espírito age é a fé em algo que ouvimos; é a fé na Palavra de Deus, evangelho.
Isso significa fé em tudo que Deus promete ser para nós em Cristo.
Quando lemos ou ouvimos uma parte da promessa de Deus para nós, em Cristo, e confiamos ou descansamos nessa parte da promessa, e somos satisfeitos por ela, o Espírito Santo está fluindo ao nosso coração e o amor está sendo produzido.
Portanto, vemos que o Espírito Santo não produz o fruto do amor à parte da fé em Jesus e em sua Palavra.
Atos particulares de fé nas promessas de trazem revigoramentos de amor.
Agora, surge a pergunta: Por quê?
Por que o Espírito Se limita a produzir o amor tão-somente por meio da fé consciente na Palavra de Jesus?
A resposta parece ser esta: o Espírito Santo se deleita em glorificar a fidelidade de Cristo e de sua Palavra, a fidelidade que nos satisfaz plenamente.
Essa foi a razão por que o Espírito foi enviado ao mundo. Jesus disse: “Ele me glorificará” (João 16.14).
O Espírito Santo realiza a sua obra a fim de que Cristo seja conhecido, amado, tido como base de nossa confiança, honrado e louvado.
Esse é o alvo e o propósito do Espírito, assim como é, também, o alvo e o propósito de Deus, o Pai
Se o Espírito Santo apenas causasse atos de amor no coração humano, sem qualquer conexão clara e permanente entre o amor, por um lado, e a fé nas promessas de Cristo, por outro lado, não ficaria evidente que a fidelidade de Cristo, plenamente satisfatória, é honrada por meio do amor.
Mas o Espírito Santo está comprometido em trazer glória a Jesus.
Por isso, Ele se mantém quieto, em segundo plano, por assim dizer, e promove a “pregação da fé”, a respeito de Cristo e de suas promessas, como a causa consciente do amor.
Assim, Cristo é exaltado quando flui o amor.
Você pode ver isso, novamente, em
João 7.37-38 No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
A palavra de Deus diz que esse rio de água viva que flui de nosso interior é o Espírito Santo. E, com certeza, Ele está fluindo em amor.
significa que o Espírito produz o amor no coração que confia em Jesus, ou seja, no coração em que Jesus é tão satisfatório como uma fonte de água.
O poder impelente do amor.
“Porque somos dominados pelo amor que Cristo tem por nós, pois reconhecemos que um homem, Jesus Cristo, morreu por todos, o que quer dizer que todos tomam parte na sua morte” (II Cor. 5:14).
A suprema manifestação de amor.
“Foi assim que Deus mostrou o seu amor por nós: ele mandou o seu único Filho ao mundo para que pudéssemos ter vida por meio dele. 10 E o amor é isto: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio dele, os nossos pecados fossem perdoados. (I João 4:9, 10).
O Perfeito amor.
“E nós mesmos conhecemos o amor que Deus tem por nós e cremos nesse amor. Deus é amor. Aquele que vive no amor vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. 17 Assim o amor em nós é totalmente verdadeiro para que tenhamos coragem no Dia do Juízo, porque a nossa vida neste mundo é como a vida de Cristo. 18 No amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo. Portanto, aquele que sente medo não tem no seu coração o amor totalmente verdadeiro, porque o medo mostra que existe castigo. 19 Nós amamos porque Deus nos amou primeiro” (I João 4:16-19).
A fonte de onde emana o amor.
“Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 João 4:8).
Os que conhecem verdadeiramente a Deus e a seu filho Jesus:
Amam-se mutuamente.
“Se alguém diz: “Eu amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê. 21 O mandamento que Cristo nos deu é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão” (I João 4:20-21).
Evidencia o poder do amor e a experiência cristã.
“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte. 15 Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (I João 3:14-15).
São filhos de Deus.
“Vejam como é grande o amor do Pai por nós! O seu amor é tão grande, que somos chamados de filhos de Deus e somos, de fato, seus filhos. É por isso que o mundo não nos conhece, pois não conheceu a Deus. 2 Meus amigos, agora nós somos filhos de Deus, mas ainda não sabemos o que vamos ser. Porém sabemos isto: quando Cristo aparecer, ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele realmente é” (I João 3:1-3).
Deus reprova o esfriamento e desinteresse do amor.
Abandono do primeiro amor.
“Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. 5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Apoc. 2:4-5).
Condição morna.
Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente!16 Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. (Apoc. 3:15-16).
A solução para obter a aprovação de Deus.
” aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas. 19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. 21 Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Apoc. 3:18-22).
Conclusão:
Estaremos, na continuidade desse estudo detalhando os seguintes tópicos do amor de Deus, fruto da expressão do Espírito Santo de Deus em nós:
– Misericórdia
– Graça
– Perdão
– Compaixão
Mas, concluindo o que estamos tratando, se você quer se tornar uma pessoa amável, rogue fervorosamente pela obra transformadora e capacitadora do amor que o Espírito Santo realiza.
O amor é o fruto do Espírito Santo.
Para isso, medite demoradamente em suas promessas, até que Ele satisfaça seu coração com tudo o que Deus é para você, em Cristo, porque Ele te ama.
Quando isso acontecer, você será livre do temor, da cobiça e de tudo que impede o amor.
Então, o Espírito e o seu fruto de amor fluirão, e você terá uma vida plena, pela operação do amor de Deus em sua vida, em Nome de Jesus, Amém!