RELACIONAMENTO COM DEUS

REVELAÇÕES E INSPIRAÇÕES DIVINAS

2 Coríntios 12.1 É necessário gloriar-me, embora não convenha; mas passarei a visões e revelações do Senhor.

Dando sequência ao estudo sobre Relacionamento com Deus e, tratando especificamente do tema sobre a Manifestação do Espírito Santo através de nós, instrumentos dEle nessa terra,

Vamos discorrer, nesta parte, sobre REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO DIVINA.

Esse tema é vital para cada um de nós, intercessores, pois, esclarece a plenitude da ação do Espírito Santo na condução da Sua obra.

Desta forma, poderemos compreender a importância de, sempre, buscar revelação sobre o que orar, e como orar por alguém, lembrando o que nos diz a palavra:

Romanos 8.26 Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

Então, vamos conhecer em detalhes o que é Revelação Divina:

Em II Coríntios 12:1 Paulo fala de receber “revelações do Senhor”.

Em I Coríntios 2:10-11, Paulo mostra que assim como somente o próprio homem pode revelar os pensamentos mais íntimos do seu coração a outra pessoa, assim também somente o Espírito Santo pode revelar ao homem “as profundezas de Deus”.

O homem não tem capacidade para descobrir verdades acerca de Deus, a não ser que o Espírito Santo as revele.

O agnóstico dúvida que Deus Se revele; e ao assim fazer ele está desafiando as afirmações de que Deus tem a capacidade de revelar-Se a Si mesmo, e que o homem tem a capacidade de conhecer a Deus.

Qualquer conhecimento de Deus, através das Sagradas Escrituras, é obtido somente por revelação divina, pois o homem jamais poderia discerni-lO por sua própria capacidade, por mais erudito que fosse.

A verdade divina está muito além das mais elevadas faculdades mentais e intelectuais do homem.

Uma das perguntas mais antigas na Bíblia é a pergunta de Jó: “Poderás descobrir … o Todo Poderoso?” (Jó 11:7).

Se Deus não Se revelar ao homem, Ele permanecerá desconhecido e incompreensível.

Mas Deus em graça escolheu revelar-Se para que possamos aprender sobre Ele e Sua inescrutável sabedoria e caminhos.

Deus Se tem revelado de diversas maneiras.

Revelação na Criação

O Salmo 19:1 declara que Deus Se tem revelado através da Criação: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos”.

Paulo acrescenta a isso, ao dizer que a natureza invisível de Deus, seu eterno poder e Divindade “se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1:20).

O salmista declara no Salmo 8:3: “Quando vejo os Teus céus, obra de Teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que Te lembres dele? E o filho do homem para que o visites?”.

O mundo criado manifesta tanto a majestade de Deus quanto a fraqueza do homem.

Não é de admirar que Davi conclui o Salmo com a exclamação do v. 9: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o Teu nome sobre toda a terra!”

Revelação na consciência do homem

Paulo, falando dos homens que rejeitam a revelação de Deus na Criação, declara que eles têm que tratar com Deus, cuja Lei está “escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rm 2:15).

Embora o Senhor Jesus não tenha usado a palavra “consciência”, Ele declarou que o Espírito Santo “convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo 16:8).

A palavra “convencer” (que significa “expor”, ou “trazer à luz”) indica que o homem pecador seria conscientizado do seu pecado contra Deus.

Embora seja verdade que Deus deu a cada pessoa a liberdade de exercer a sua própria vontade ao decidir a respeito da revelação de Deus, isso não quer dizer que ao fazê-lo em rebelião contra a lei de Deus ela ficará impune.

O homem é livre para aceitar ou rejeitar a revelação de Deus na Criação e na consciência, mas terá que responder por essas decisões.

Revelação pela Palavra de Deus escrita, a Bíblia

O Deus da Bíblia pode falar, e fala! A maravilha da Sua graça é que Ele fala de uma maneira que os homens possam entender e apreciar.

Nos dias do Velho Testamento, Deus falou com indivíduos, como Abraão (Gn 12:1), Moisés (Êx 19:21), e Samuel (I Sm 3:4); e há repetidas revelações de Deus aos profetas (por exemplo, Jr 1:11, 14; 7:1; etc.).

Revelação e mistérios

No Novo Testamento certos aspectos da verdade que eram desconhecidos nos dias do Velho Testamento são revelados: são os chamados mistérios.

A palavra não indica que haja algo curioso ou misterioso sobre eles; e sim que são revelações de verdades completamente novas, num tempo e para homens escolhidos por Deus.

Essas revelações não poderiam ser compreendidas pelos homens se tivessem sido feitas numa época anterior.

Paulo descreve a si mesmo e seus cooperadores como “ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus” (I Co 4:1).

Outro assunto relacionado que podemos mencionar apenas de passagem é o dos milagres.

Em certas ocasiões, Deus usou milagres para substanciar ou corroborar a mensagem na Sua revelação.

Em II Coríntios 12:12 Paulo fala dos “sinais do meu apostolado”.

Ele está se referindo aos acontecimentos milagrosos realizados por Paulo para convencer os homens da autenticidade da mensagem que Deus o tinha enviado a proclamar.

Ao verem a evidência do poder Divino em operação, Deus tornou claro o conteúdo da Sua revelação e demonstrou a veracidade dela.

Este é o sentido de Hebreus 2:4: “Testificando também Deus, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por Sua vontade”.

Entretanto, embora a Bíblia toda seja a Palavra inspirada de Deus, ela não é toda revelação.

Há muitas passagens históricas que registram coisas que não podem ser consideradas como revelação.

O exemplo se aplica nas Escrituras Sagradas onde as palavras dos homens maus são registradas com exatidão por inspiração divina.

Nesses casos a inspiração não confere crédito ao que os homens maus disseram, mas garante que o registro do que eles disseram é verdadeiro e exato.

Revelação progressiva

Nas Escrituras, a revelação da verdade é progressiva.

Isso não quer dizer que revelações sucessivas corrigem ou eliminam revelações prévias; mas sim, que elas acrescentam às anteriores, dando-nos uma compreensão mais completa.

Mais verdade está sendo adicionada àquela que já é conhecida.

Uma das primeiras afirmações de Deus na Bíblia se encontra em Gênesis 3:15: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.

Um exemplo de revelação progressiva é quando Deus adiciona informação mais plena, ao identificar a Semente da mulher como Seu Filho: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4).

Em Hebreus 2:14, é por meio da morte que Cristo derrotou Satanás: “… para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”.

Novamente, em Colossenses 2:14-15, Paulo mostra que o esmagar da cabeça de Satanás se deu na cruz: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.

E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em Si mesmo”.

Revelação em Cristo

A revelação máxima de Deus aos homens está em Cristo.

João diz: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou” (Jo 1:18).

Cristo nos anunciou tudo que o Pai quer que a humanidade saiba sobre Ele.

Ele é a revelação mais plena de Deus aos homens.

Em Hebreus 1:1-2 é dito que Deus “a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a Quem constituiu herdeiro de tudo, por Quem fez também o mundo”.

Esta revelação por Deus nos dá uma compreensão da Pessoa de Cristo. Sua existência eterna, nascimento, morte, ressurreição, ascensão e retorno, todas estas coisas são reveladas nas Escrituras.

Revelação registrada

A revelação de Deus à humanidade, em forma escrita, chega ao seu ponto mais elevado no livro de Apocalipse no final do Novo Testamento.

Apocalipse 1:1 afirma que é a “revelação de Jesus Cristo”.

Disto concluímos que o livro é tanto uma revelação da parte de Jesus Cristo para João, e sobre Jesus Cristo para os homens.

Estes conceitos são repetidos no início de cada uma das cartas a serem enviadas por João às sete igrejas da Ásia, nos caps. 2 e 3.

A introdução de cada carta começa com as palavras: “Isto diz …”, e em seguida temos um aspecto específico da visão do Cristo exaltado dada a João em Apocalipse 1:10-20: “Isto diz Aquele que tem na Sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Ap 2:1).

A revelação por Jesus Cristo não apenas é sobre Ele mesmo como o exaltado e vitorioso Filho do Homem; João recebeu também uma revelação da parte de Jesus Cristo sobre as “coisas que são, e as que depois destas hão de acontecer”.

A capacidade do homem de conhecer a Deus

É interessante notar que, quando os homens ouviram as palavras do Senhor Jesus, eles disseram: “Nunca homem algum falou assim como esse Homem” (Jo 7:46).

Marcos nos diz que, quando o Senhor Jesus curou o paralítico, “levantou-se e, tomando logo o leito saiu em presença de todos, de sorte que se admiraram, e glorificaram a Deus dizendo: Nunca tal vimos” (Mc 2:12).

Seja através das palavras faladas pelo Senhor, ou Seus milagres por Divino poder, os homens tinham a capacidade de apreciar o que viam e ouviam.

Entretanto, nem todos corresponderam com fé àquilo que viram e ouviram.

Romanos 1:19 deixa claro que os homens em seus pecados têm a capacidade de saber a respeito da justiça e do poder de Deus, assim como de ter consciência do seu pecado: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou”.

Naquela parte de Romanos cap. 1 Paulo declara que homens injustos, que excluem a verdade de Deus revelada na Criação, estão sem desculpa.

Tendo a capacidade de conhecer a Deus, optaram por não conhecê-lo; e são, assim, condenados por suas próprias ações.

Esta verdade solene não está em contradição com I Coríntios 2:14, onde Paulo está dizendo que qualquer revelação de Deus ao homem precisa vir através do Espírito Santo, pois o homem em si mesmo não é capaz de compreender a Deus.

Consideradas juntas, as duas passagens estabelecem que o homem é responsável pelos seus próprios atos, quando Deus Se revela através de Cristo pelo Seu Espírito.

Inspiração

Deus também Se tem revelado na Palavra escrita.

A revelação de Deus em palavras escritas foi dada a indivíduos que Ele escolheu, para que eles por sua vez comunicassem essa revelação aos seus semelhantes.

Essa revelação não foi transmitida por palavras escolhidas por eles, antes, as palavras foram a escolha do Espírito Santo, descritas em I Coríntios 2:13 como as palavras “que o Espírito Santo ensina”.

É importante distinguir entre revelação e inspiração.

Elas diferem em que revelação é a transmissão de verdade que não pode ser descoberta pela mente humana; mas a inspiração garante que a verdade que Deus deseja que os homens conheçam é registrada com exatidão, para que tenha autoridade e seja infalível.

Revelação significa aquilo que o homem sabe sobre Deus, enquanto inspiração assegura que aquilo que o homem sabe sobre Deus é exatamente, palavra por palavra, como Deus queria que fosse escrito.

Revelação e inspiração estão intimamente ligadas quanto à maneira em que as Santas Escrituras nos foram disponibilizadas; no entanto, são distintas. Por exemplo, Moisés subiu ao Monte Sinai para receber instruções sobre a construção do Tabernáculo, por revelação de Deus; e então, mais tarde, ele registrou tudo, por inspiração, naquilo que hoje conhecemos como o livro de Êxodo.

Inspiração … é a influência determinante exercida pelo Espírito Santo sobre os escritores do Velho e do Novo Testamento para que eles pudessem proclamar e estabelecer, de forma exata e autêntica, a mensagem como recebida de Deus.

Esta influência os guiava até mesmo no seu uso de palavras, para que fossem preservadas de todo erro e omissões … Uma inspiração semelhante foi concedida aos escritores sagrados, em relação a eventos ou fatos por eles já conhecidos sem uma revelação especial, para que seus relatos fossem de acordo com a vontade de Deus.

Não é apenas a própria Escritura que testifica da Sua inspiração divina; o Senhor Jesus e os apóstolos que O acompanharam no Seu ministério, testificaram do fato que as Escrituras Sagradas são divinamente reveladas e inspiradas.

O Senhor Jesus disse em Mateus 22:31: “E acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo …

” O desafio do Senhor aos escribas e fariseus em Mateus 15:2-3, de que as tradições judaicas estavam em desacordo com as Escrituras do Velho Testamento, que são “os mandamentos de Deus”, é mais uma das muitas ocasiões em que Ele validou as Escrituras como sendo de Deus.

Outros exemplos dessa confirmação: Sobre a Criação (Mt 19:4-5); o dilúvio e Noé (Lc 17:27); o resgate de Ló (Lc 17:29); a entrega da Lei (Mt 19:18).

Para Paulo, o evangelho que lhe fora revelado era um cumprimento das promessas de Deus feitas anteriormente através dos profetas do Velho Testamento.

Paulo claramente entendeu que as palavras das Sagradas Escrituras eram coextensivas e idênticas às palavras do próprio Deus.

Assim as Sagradas Escrituras vieram a existir quando homens “santos de Deus falaram inspirados [conduzidos, dirigidos, direcionados] pelo Espírito Santo”.

Embora haja um bom número de passagens no Novo Testamento que afirmam e corroboram a doutrina da inspiração divina das Escrituras, como registradas por autores humanos, as duas mais importantes são II Timóteo 3:16 e II Pedro 1:21.

II Timóteo 3:16:-17
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.

II Pedro 1.21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.

Essas são umas das passagens mais importantes na Palavra de Deus sobre o assunto da inspiração.

Deus Se comunica através das Suas palavras. Ele não é como os ídolos mudos descritos no Salmo 115 como “obra das mãos dos homens” (v. 4), que “têm boca, mas não falam” (v. 5).

Deus tem falado, e o que Ele disse foi registrado por autores humanos. Jeremias nos fala disso na sua profecia: “Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem Eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás.

Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o Senhor. E estendeu o Senhor a Sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: eis que ponho as Minhas palavras na tua boca” (Jr 1:7-9).

Quando Deus confiou as Suas palavras aos vários autores humanos, Ele o fez por inspiração. Com isso queremos dizer que as palavras foram sopradas por Deus, e os homens as receberam e em seguida escreveram.

Estas palavras, sendo sopradas por Deus, contém a própria vida de Deus: é por isso que, em Hebreus 4:12, a palavra de Deus é descrita como “viva e eficaz”.

O processo de inspiração era um cumprimento das palavras ditas pelo Senhor Jesus em João 16:13: “Mas, quando vier Aquele, o Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar”.

Conclusão

Por tudo isso, mais do que nunca, aplique-se em conhecer Jesus pela Sua revelação na Bíblia,

*E busque, com total dependência, a revelação e inspiração divina para que em cada necessidade de Intercessão, seja o Espírito Santo que interceda através de você*,

e, assim, a obra do Senhor seja plenamente realizada através da sua vida e do seu Ministério, em Nome de Jesus, Amém!